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Clima Tenso Em Manifestação

Manifestantes tentam impedir entrada de policiais e hostilizam imprensa

Ocupante da UFMS coloca cadeado para que policiais não fizessem diligência e alguns manifestantes tentam intimidar equipe de reportagem que acompanhava ação

Investigadores fazem diligência no prédio ocupado da UFMS em Paranaíba após denúncia de crime cibernético - JP NEWS
Investigadores fazem diligência no prédio ocupado da UFMS em Paranaíba após denúncia de crime cibernético - JP NEWS

Por conta de um suposto crime cibernético, investigadores da Policia Civil se deslocaram até o prédio da UFMS em Paranaíba – tomado por ocupantes de um movimento contra a PEC 55, na tarde desta sexta-feira (18) -, para apurar uma denúncia.

Segundo o boletim de ocorrência, manifestantes teriam invadido a rede da universidade, alterando a senha do wifi, danificando e deletando dados e arquivos importantes da ‘Empresa Júnior’ do curso de ADM, cujo objetivo é promover a melhor experiência de mercado aos alunos graduandos na instituição à qual ela é vinculada.

Segundo informações repassadas por esses investigadores, através do investigador Wendel Oliveira, ao chegarem ao local, um dos manifestantes tentou impedir a entrada dos policiais, colocando cadeados no portão que dá acesso ao câmpus. Os policias teriam advertido o aluno ocupante para que não causasse constrangimento e não se opusesse ao cumprimento do serviço dos investigadores.

Após algum tempo de resistência, os policias deram seguimento na diligência, entrando no câmpus, verificando equipamentos e vistoriando salas de informática. Em uma postagem feita em sua página oficial, minutos antes da chegada dos investigadores, ocupantes pediam a “ajuda” de professores, alunos e sociedade, pois o prédio seria visitado por policiais civis.

Ao final do procedimento, os investigadores, em conversa com a advogada do grupo ocupante, disseram que existe um boletim de ocorrência, que o prédio da instituição é público e que os policiais, sempre dentro das linhas da lei, cumpririam o seu serviço e retornariam mais tarde, acompanhados do delegado.

Por volta das 17h, outra equipe de investigadores, juntamente com o delegado de polícia Francisco Antônio Moreira, esteve no local; segundo informações, os policiais solicitaram as imagens das câmeras de segurança do câmpus. A equipe de reportagem do Jornal do Povo esteve no local para acompanhar a ação dos policiais e foi recebida com hostilidade por alguns ocupantes. Aos gritos de “Imprensa burguesa golpista” e “Tablóide golpista”, um dos manifestantes, com um aparelho celular, começou a filmar a equipe de reportagem, mas, escondeu o rosto e se retirou quando foi filmado e perguntado se gostaria de dar alguma declaração sobre a ação policial. Já outro manifestante, de forma mais calma, conversou em off com a equipe, mas não quis gravar entrevista. 

O boletim de ocorrência, segundo informações, teria como base o artigo 1 da Lei Carolina Dieckmann, que entrou em vigor no dia 02 de abril de 2013, : Art. 154-A – Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.