Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) não vai acatar a decisão do Tribunal de Justiça de MS, que determina a suspenção da greve dos trabalhadores da educação do Estado. A instituição vai continuar o movimento e já entrou com recurso contra a decisão da justiça.
A notificação do TJ que determina o retorno de 100% dos funcionários administrativos e 60% dos professores a suas atividades chegou ontem de manhã à sede da Fetems, que garantiu, mesmo com a possibilidade de pagamento de multa diária de R$ 25 mil, a greve por tempo indeterminado.
Ontem, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas (Sinted) distribuiu, nos semáforos da cidade, uma carta aberta a toda população explicando o motivo da paralisação e respondendo a declarações do governo.
De acordo com a presidente do Sinted de Três Lagoas, Maria Diogo a categoria está tranquila. “É comum que o governo tome essas medidas para finalizar a greve. Mas a Fetems já está tomando todas às providencias judiciais, tudo isso só faz o nosso movimento crescer”.
Diogo adiantou que a categoria organiza uma grande passeata para a próxima terça-feira, com a presença de outras classes, como policiais e funcionários da saúde, em Campo Grande. Dois ônibus com trabalhadores três-lagoense irão participar do movimento.
A presidente ressaltou que a carta aberta distribuída a população tem objetivo de esclarecer e explicar o que ela classifica como “inverdades”, que foram divulgadas, por exemplo, o salário do professor no estado. “Pedimos a todos os professores em começo de carreira que postem seus holerites para mostrar qual é o salário de um professor em MS”.
Paulo José Soares Filho faz parte da Comissão de Greve do Sinted. O professor de história, concursado há dois anos explicou. “Publique meu holerite na rede social, para mostrar o quanto eu ganho. Tenho especialização e mestrado, e meu salário líquido não chega a R$2 mil. Fizemos um desafio ao governo, se ele pagar esse valor que foi divulgado, amanhã todos os professores retornam as escolas”.