Cerca de 200 funcionários que prestam serviço para Empa Engenharia, empresa responsável pelos serviços de restauração e ampliação da BR-262, rodovia de acesso de Três Lagoas a Campo Grande, cruzaram os braços na manhã de ontem por falta de pagamento. Com isso, a obra, que consiste em uma série de melhorias, como recuperação, manutenção, restauração e criação de terceiras faixas em alguns trechos da rodovia foram paradas.
A empresa alega que a falta de pagamento deve-se a greve dos funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), que já dura mais de 20 dias. Entretanto, o engenheiro do Dnit de Três Lagoas, Milton Rocha Marinho, disse que a greve não pode servir como justificativa para a falta de pagamento dos funcionários. Segundo ele, a greve dos servidores do Dnit é recente e não afetou, em sua totalidade, o repasse de recursos para as empreiteiras. “As empresas têm que ter caixa para honrar os compromissos com os seus funcionários. Se fosse uma greve mais longa, tudo bem”, frisou.
O engenheiro da Empa Engenharia, Diogo Menezes, concorda que a empresa tem que honrar os seus compromissos, entretanto, disse que, por conta da greve dos funcionários do Dnit, a empreiteira teve dificuldade de fluxo no caixa. “A mediação da obra foi feita e processada em maio, porém quando chegou ao Departamento Financeiro do Dnit, em Brasília, parou e não houve a liberação dos valores devido a greve. Esse problema não ocorre somente aqui, mas em outras obras que são de responsabilidade do Dnit”, comentou. Ele informou que o pagamento que era para ter ocorrido dia 5 desse mês, estava previsto para acontecer nessa quarta-feira.
FUNCIONÁRIOS
Os funcionários da empreiteira afirmaram que só retornarão ao trabalho depois que receberem o salário. “Mesmo com a greve dos funcionários do Dnit tem empreiteiras que estão pagando os seus funcionários. Essa é a segunda vez que essa empresa atrasa o nosso salário. Está difícil porque temos conta para pagar”, disse o funcionário da Empa, Marcelo Umbelino.
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Alguns trabalhadores são de Três Lagoas, outros de fora. É o caso de João Luiz dos Santos Morais, do Estado da Bahia. Ele disse que precisa mandar dinheiro para a família, mas sem receber o salário fica difícil. “Uma empreiteira que não possui estrutura não tem condições de tocar uma obra dessa. Além de atrasar o pagamento, existem muitos desvios de funções por parte da empresa”, reclamou.
OBRA
De acordo com o engenheiro do Dnit, a obra de melhorias na BR-262 está dentro do cronograma. Ele informou que já foram executados 40 quilômetros de restauração, pista com acostamento e criação de terceira-faixas, no trecho compreendido de Três Lagoas a Água Clara. “A obra está ficando muito boa, e está caminhando bem”, destacou.
ENPA- Engenharia e Parceria Ltda venceu a licitação com a proposta de R$ 141.308.872,93. A empresa terá cinco anos para a execução dos serviços – os três últimos para a manutenção.
