Mesmo com o “boom” do desenvolvimento industrial, Três Lagoas subiu apenas uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Mato Grosso do Sul. A constatação é baseada nos dados divulgados nesta segunda-feira, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Brasil (Pnud).
De acordo com a pesquisa, presente no Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, o município atingiu o IDH de 0,744. O resultado equivale a um aumento de 17% em comparação ao ano de 2000, quando Três Lagoas registrou o IDH de 0,63, ficando empatada com Nova Andradina na quinta posição.
Dez anos depois, a cidade passou a ocupar a quarta posição entre os municípios sul-mato-grossenses com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Três Lagoas ficou atrás de cidades como Campo Grande, com um IDH de 0,784; Chapadão do Sul, que embora tenha registrado redução em comparação a 2000, permanece na segunda posição no Estado com IDH de 0,754 e Dourados, hoje segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, com IDH de 0,747. A pesquisa leva em consideração os dados copilados em 2010.
No caso de Campo Grande, que passou a ocupar a 100ª posição no ranking nacional das cidades com maior índice de desenvolvimento humano, um dos principais responsáveis pelo aumento no IDH foi o da renda per capita, que saltou para 0,790. De um salário de R$ 633 em 1991, a cidade saltou para salário de R$ 782, em 2000, e para R$ 1,089 mil em 2010.
TRÊS LAGOAS
A renda per capita de Três Lagoas também aumentou na última década, saindo de uma renda média de R$ 575,14 – IDH de 0,687 – por habitante, em 2000, para uma renda de R$ 863,66 em 2010. Já em comparação ao ano de 1991, quando o mapa começou a ser feito, o aumento foi de mais de 100%. Naquele ano, a renda per capita do três-lagoense era de apenas R$ 410,75, IDH de 0,633.
Em contrapartida, comparado aos outros municípios de Mato Grosso do Sul, a Capital Mundial da Celulose cai mais uma posição. A cidade vem sendo a campeã em geração de empregos nos últimos anos, devido à implantação de grandes indústrias. Apenas neste ano, foram mais de 4,2 mil nova vagas de trabalho formais abertas no município, no entanto, o estudo mostra que o salário do trabalhador ainda é baixo. Levando em consideração apenas a renda per capita do três-lagoense, o município fica atrás de cidades como Campo Grande, Chapadão do Sul (salário de R$ 896,92), Cassilândia (R$ 885,10) e Dourados (R$ 866,4).
LONGEVIDADE
Já no Índice de Longevidade, Três Lagoas cai para a 11ª posição entre os municípios de Mato Grosso do Sul, com IDH de 0,849 e a expectativa de vida é de 75,80. A cidade com maior IDH nesse quesito foi Maracaju, com 0,873. O resultado aponta um aumento de cinco anos na expectativa de vida do três-lagoense.
EDUCAÇÃO
Ainda segundo a pesquisa, o IDH referente à escolaridade de Três Lagoas avançou na última década, saltando de 0,477, em 2000, para 0,645 para 2010, o que fez com que a cidade se mantivesse na quarta colocação no ranking estadual. Entretanto, quando analisado por frequência e por idade, a cidade despenca algumas posições. Por exemplo, o levantamento aponta que apenas 52,02% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos tem o ensino fundamental completo no município – o que rendeu ao município a 37ª posição no ranking. Já no índice educacional relacionado aos jovens entre 18 e 20 anos com o ensino médio completo, a cidade volta para o 20º lugar, apresentando 38,94% formados.
ESTUDO
O IDHM faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, ferramenta online de consulta do índice municipal e de mais 180 indicadores, construídos com base nos Censos de 1991, 2000 e 2010. O atlas foi produzido pelo Pnud em parceria com Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro. O índice considera indicadores de longevidade, renda e educação e varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento do município.