Com uma frota que cresce com até 500 novos carros emplacados em um único mês, o trânsito de Três Lagoas tem registrado aumento constante no fluxo de veículos. Conforme dados do Departamento Municipal de Trânsito (Deptran), nas cinco principais ruas e avenidas da cidade, o fluxo de carros e motos, principalmente, pode chegar a 1,8 mil carros a cada 60 minutos.
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A média é resultado de um estudo realizado no ano passado, entre agosto e setembro, que verificou o fluxo de veículos em 18 cruzamentos da cidade. Segundo Flávio Milanez Thomé, engenheiro de trânsito e responsável peloDeptran, as avenidas são as vias com maior fluxo de veículos em horários de pico – com exceção da rua Egídio Thomé, hoje a rua mais extensa de Três Lagoas. Entre as avenidas, a Filinto Müller destaca-se como a mais movimentada da cidade. Na via chegam a circular até 1,8 mil veículos nos horários de pico. Em segundo lugar no ranking, aparece avenida Capitão Olyntho Mancini, com aproximadamente 1,5 mil veículos passando por hora (nos pontos mais movimentados). A Clodoaldo Garcia, prolongamento da Filinto Müller, é citada no estudo em terceiro lugar, com um fluxo de veículos que pode chegar a até 1,4 mil carros/hora. Enquanto isso, na avenida Ranulpho Marques Leal, onde foram analisados dois cruzamentos, o Deptran registrou até 1,2 mil veículos circulando por hora, em horários de pico. Ela é seguida pela avenida Rosário Congro e pela rua Egídio Thomé, onde o fluxo pode chegar a até mil carros a cada 60 minutos.
“Essas são médias. Já que o fluxo de veículos varia muito de uma hora para outra. Por exemplo, na Clodoaldo Garcia, cruzamento com a rua Manoel Jorge, o pico obedece a entrada e saída de alunos da Funlec. Enquanto isso, na Ranulpho Marques Leal, a entrada e saída dos funcionários do Distrito Industrial”, destacou. Nessa avenida, o fluxo foi medido em dois pontos, um no cruzamento da Mabel, onde foi implantado um radar eletrônico e outro no cruzamento com a avenida Rosário Congro, onde não há sistema algum de fiscalização ou sinalização eletrônica. Já naFilinto Müller, foram analisados três cruzamentos (com as ruas Monir Thomé, Bruno Garcia e Orestes Prata Tibery).
Thomé cita a realização da Feira Noturna como outro exemplo de como eventos da cidade impactam no trânsito. De acordo com ele, nos dias de evento, o fluxo da rua Paranaíba tem um acréscimo de cerca de 800 veículos a cada duas horas.
De acordo com Thomé, o estudo teve como objetivo verificar o comportamento do trânsito três-lagoense. “E com isso, planejar mudanças para garantir um trânsito mais fácil e seguro. Além disso, serve também para podermos dimensionar os tempos dos semáforos e também se há necessidade de alguma intervenção nos cruzamentos”, completou.
RADARES
O estudo ainda serviu de base para o processo de implantação de sistema de fiscalização eletrônica no município. Anunciado no ano passado, o projeto de implantação está sob a responsabilidade do governo estadual. Ao todo, mais de 12 municípios do estado solicitaram a implantação dos equipamentos, entre radares e lombadas eletrônicas. Para Três Lagoas, o Deptran informou que foram solicitados sete radares de fiscalização de velocidade e outros seis para coibir os avanços no sinal vermelho.
Conforme informações do Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS), o edital de abertura de processo licitatório deverá ser publicadono início de outubro. A previsão é de que o processo de implantação aconteça até março ou abril do ano que vem. O tempo de espera, conforme informou o Detran/MS, deve-se ao volume de municípios participantes. Enquanto isso, um novo estudo deverá ser feito para atualizar os dados fornecidos pelos municípios.
Fluxo de veículos aumenta em 50% nos últimos quatro anos
Para Flávio Thomé, o resultado da pesquisa surpreendeu o Deptran. Comparado com realizado em 2008, o fluxo de veículos em Três Lagoas teve um aumento de 50%. O engenheiro descarta um possível estrangulamento do fluxo no perímetro urbano. Eleconcorda que, em alguns pontos o trânsito está mais lento, mas para ele, a cidade ainda não tem problemas sérios de fluidez e, quase em todos os horários, o trânsito segue sem congestionamentos. No entanto, ele destaca a importância de algumas mudanças já antevendo problemas futuros. Entre elas, o melhorias no cruzamento da rua Duque de Caxias no cruzamento com a avenida Olyntho Mancini, com a remodelação do canteiro central; reprogramação de alguns semáforos quatro tempos, passando para dois; remodelação da área da ferrovia; um novo local para a feira livre e aumento da largura das faixas de rolamento das avenidas Capitão Olyntho Mancini e Filinto Müller, além da pavimentação de novas vias.
“Com a retirada dos trilhos está prevista a abertura de uma nova avenida que vai da Rosário Congro até a Vila Verde, partindo próximo ao [Estádio da] Adem. Isso já ajudará bastante a fluidez do trânsito. Além disso, os bairros do lado de lá da linha também precisam de uma atenção especial como o bairro Santa Luzia, que passará a receber o tráfego de quase dez mil pessoas com a inauguração do novo conjunto habitacional. Naquela região as vias receberam pouca atenção no passado e terão grande aumento no fluxo de veículos. A rua Maria Guilhermina Esteves, por exemplo, será, em breve, uma das vias mais movimentadas de Três Lagoas”, disse.
Conforme dados do Detran/MS, Três Lagoas contava com uma frota de 63,3 mil veículos até junho desse ano. Entretanto, somada à frota flutuante, a frota chega a quase 75 mil veículos. Trata-se de aproximadamente o dobro da frota existente hoje em Corumbá, cidade com população pouco menor que a de Três Lagoas.
