Mato Grosso do Sul tem hoje um estoque total de 397.290 empregados no mercado de trabalho formal, de acordo com levantamento do Observatório do Trabalho da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab). Somente em março, o Estado reteve 4.204 empregos formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O número de empregos no mês de março representa um crescimento de 1,07% em relação ao estoque de trabalhadores assalariados contratados em fevereiro.
Nos três primeiros meses do ano, o Estado teve um saldo de 9.833 postos gerados e mantidos, o que representa um crescimento de 2,54%. Comparando o resultado de março deste ano com anos anteriores, pode-se observar que em 2010 o nível de geração de empregos é o terceiro melhor de toda a série histórica do Caged. Nos últimos 12 meses, 13.483 trabalhadores sul-mato-grossenses foram contratados no mercado de trabalho formal.
Os números do Caged apontam que os setores que mais contribuíram na geração de empregos em Mato Grosso do Sul foram os da indústria de transformação, com saldo de 1.633 postos; o setor de serviços, que reteve 1.328 empregados; e o setor da agropecuária, com 886 empregos gerados. Os outros setores também tiveram saldo positivo, o que aponta um número maior de contratações que o de demissões nas áreas da construção civil (130), comércio (87), setor da administração pública (75), atividade extrativa mineral (40) e o setor de serviços industriais de utilidade pública, com saldo de 25 empregos gerados e mantidos.
Saldo desagregado
Considerando os dados do trimestre, a indústria de transformação ainda é a que mais contrata trabalhadores no Estado. Dentro do setor, a indústria de alimentos e bebidas é a maior responsável pelo saldo positivo, uma vez que acumulou um total de 1.060 empregos celetistas, seguido do setor têxtil, com 384 e o setor de minerais não metálicos, com 80 contratações.
De acordo com o coordenador do Observatório do Trabalho da Funtrab, Conrado Pires de Castro, o crescimento de outro setor – o da construção civil -, foi o principal combustível para a elevação do índice de contratações no setor de minerais não metálicos e outros bens intermediários para a construção civil. Conrado explica que o governo do Estado tem um importante papel no crescimento da construção civil, com os investimentos em habitação e obras nas rodovias de Mato Grosso do Sul. “São empregos que estão sendo gerados, e isso impulsiona também outros setores da economia”, afirma.
No setor de serviços, as principais atividades que contribuíram para o crescimento do emprego foram os de transporte e comunicação, com saldo de 527 no trimestre e atividades de logística e consultorias contábeis, com 498. “Isso é um reflexo da retomada das exportações e também do período de declaração do imposto de renda”, avalia Conrado. Ainda no setor de serviços, as atividades de alojamento e alimentação ficaram com o terceiro melhor resultado: 164 empregos gerados e mantidos.
Já o crescimento da agropecuária, Conrado explica atribuindo à retomada intensa das atividades produtoras de soja e cana-de-açúcar, setores que refletem diretamente na evolução positiva dos resultados de outra atividade, que é a de alimentos e bebidas. Mesmo com um saldo de 40 contratações em março, o coordenador do Observatório do Trabalho avalia que a atividade extrativa mineral apresentou uma importante e sustentável retenção do emprego.
Resultado por região
Mato Grosso do Sul possui dez municípios com mais de 30 mil habitantes, que representam 49% do índice total de empregos gerados no Estado. Enquanto em março os municípios com maior saldo de contratações foram Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, a análise trimestral coloca Nova Andradina na segunda colocação, seguida de Dourados e Três Lagoas.
O levantamento do Observatório do Trabalho aponta que a região da Grande Dourados é a que mais retém trabalhadores formais no Estado, com uma representatividade de 28,6%, sendo que 9.815 empregos foram gerados nos municípios da região.
A segunda colocação fica com a Região do Bolsão, onde se destaca o setor têxtil. A região que abrange cidades como Paranaíba, Três Lagoas e Aparecida do Taboado representa 23,1% do saldo de empregos formais, com um total de 2.273 postos. A região norte aparece em terceiro lugar, com 1.416 contratações (14,4%).
A lista segue com Campo Grande, 1.287 empregos (13%); região Leste, com 816 (8,3%); Pantanal, que gerou 500 postos (5,1%); região Sul-Fronteira, com 243 empregos (3,5%); Conesul, com saldo de 264 empregos (2,7%) e a região sudoeste, com 119 novos postos (1,2%).