O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu ontem a tentar impedir que a seguradora AIG pague milhões de dólares em bônus a seus executivos. O governo luta para evitar um movimento populista de oposição aos bancos e a Wall Street, que poderá complicar a agenda de recuperação econômica do presidente. “Nos últimos seis meses, a AIG recebeu significativas somas em dinheiro do Tesouro dos Estados Unidos”, disse Obama. Ele acrescentou que pediu ao secretário do Tesouro, Timothy F. Geithner, que “persiga cada caminho legal para bloquear esses bônus”. “É difícil compreender como os operadores de derivativos da AIG garantiram qualquer tipo de bônus, quanto mais US$ 165 milhões em pagamentos extras”, disse o presidente . “Como justificam esse ultraje para os contribuintes que mantêm a companhia em funcionamento?” Autoridades da Casa Branca disseram que o governo não pretende levar a AIG aos tribunais. Entretanto informaram que o Departamento do Tesouro tentará descobrir o que pode fazer para impedir que a AIG efetue os pagamentos. “Por todo o país existem pessoas que trabalham duro e cumprem com suas responsabilidades todos os dias, sem o benefício das ajudas do governo ou bônus multimilionários”, continuou Obama, que considerou esse um problema de “valores fundamentais”. Incentivando a pressão sobre a AIG, o procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew M. Cuomo, exigiu ontem que a seguradora divulgue os nomes dos executivos destinados a receber os bônus, suas descrições de cargo, e detalhes sobre seu desempenho. A ajuda do governo para a AIG teve início no ano passado, com um empréstimo emergencial do Federal Reserve de US$ 85 bilhões. A assistência do contribuinte já avançou para US$ 170 bilhões, e o governo detém quase 80% da companhia. A AIG revelou também nomes de dezenas de instituições que se beneficiaram com os recursos da ajuda injetados na empresa.
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Obama tenta impedir bônus milionário a executivos da AIG
O governo luta para evitar um movimento populista de oposição aos bancos e a Wall Street, que poderá complicar a agenda de recuperação econômica do presidente