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Delegação coreana mostra entusiasmo em encontro com Puccinelli

A missão é formada pela Corporação de Desenvolvimento da Comunidade Rural e Agricultura

A delegação coreana que está em Mato Grosso do Sul para realizar pesquisas e estudos para futuros investimentos se encontrou hoje (6) com o governador André Puccinelli e saiu da reunião entusiasmada com o potencial de intercâmbio. Segundo o chefe da missão, professor Wanbae Kim, da Seoul National University, a Coreia do Sul está formando um fundo financeiro para investir em países emergentes, que vem crescendo ano a ano, e que em 2008 chegou a US$ 20 milhões.

A missão é formada pela Corporação de Desenvolvimento da Comunidade Rural e Agricultura, junto com as instituições de agricultura representativas da Coréia. O grupo de mais de 12 pessoas esteve com o André no gabinete do governador, depois de já ter participado de reuniões técnicas na Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria Comércio e Turismo (Seprotur). A viagem prevê para os próximos dias visitas in loco a indústrias de diversos ramos, como o frigorífico Bertin e a usina do grupo Louis Dreyfus Commodities, em Rio Brilhante .

Dois fatores entusiasmaram particularmente os coreanos e colocaram Mato Grosso do Sul em boas condições de ser um local para investimentos. Em primeiro lugar, o Estado agrega praticamente todas as áreas de interesse dos coreanos: soja, milho, carne, celulose, açúcar e etanol. A segunda vantagem é que a localização geográfica, aliada a projetos de infraestrutura como a rota bioceânica, apontam para uma transformação logística muito favorável à exportação.

“A Coréia está bem desenvolvida na área industrial, mas na agropecuária estamos importando muitos grãos”, explicou Wanbae Kim, justificando que a missão de estudo agropecuário visa uma solução para atender essa demanda. Além da  grande produção atual, a perspectiva sul-mato-grossense é de ampliar as áreas produtivas, conforme explicou o governador, porque há possibilidade de incorporar de 3 a 5 milhões de hectares, elevando a produção a até 15 milhões de tonelada/grão.

Um dos objetivos da Coréia do Sul é viabilizar caminhos que tornem mais ágeis as importações. “Eles importam milhões de bobinas de papel e muita celulose e querem saber se podem comprar direto de Mato Grosso do Sul, sem intermediários”, disse a secretária Tereza    Cristina, citando um dos pontos de destaque das negociações. Existe a perspectiva de criar aqui uma empresa coreana de exportação. 

 

Apresentando mapas de localização e de projetos, o governador enfatizou a vantagem geográfica de Mato Grosso do Sul e a perspectiva de aproveitamento dessa vantagem com a interligação dos portos brasileiros ao Chile, com o término de obras de rodovia e ferrovia incluídas na rota bioceânica. “Em no máximo dois anos teremos esse acesso. Para exportar para a Ásia será excelente, com uma saída preferencial pelo Pacífico”, destacou André.

 

O cônsul geral da Republica da Coreia em São Paulo, Soon Tae Kim, acompanha o grupo nesses primeiros dias da missão e se mostrou um entusiasta da parceria Mato Grosso do Sul-Coréia do Sul. A vinda de uma missão coreana é um projeto pretendido há tempos pelo cônsul, desde que a visita do presidente Lee Myung-Bak, em 2008, abriu caminhos para a cooperação agrícola como parte das relações bilaterais com o Brasil. Após os primeiros dias de missão, o cônsul vê avanços na possibilidade de renovação e ampliação das relações. “Entendemos que o Mato Grosso do Sul é o centro do Mercosul e consideramos o Estado ótimo para estabelecer parceria”, afirmou. Além de importar produtos, os coreanos ambicionam intercâmbio tecnológico. “É preciso aumentar o conhecimento coreano sobre o Estado. Na área de manejo e monitoramento de rebanhos, por exemplo, a Coréia pode colaborar muito, estamos muito avançados na área de tecnologia da informação”, propôs. 

 

As entidades que participam da missão são a Agência do Desenvolvimento Rural do Governo da Coreia, a Federação Nacional de Cooperativas Agrícolas, a Corporação de Distribuição dos Produtos Agrícolas e Marítimos, além de grandes representantes na área agrícola, com apoio do Consulado Geral em São Paulo. Também participam empresas privadas destacadas como a Celltrion Biotecnologia.