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Jogadores do Misto cobram liberação de verba da prefeitura

À beira de um ataque de nervos e com contas vencidas precisando ser pagas, os atletas seguem reinvidicando o que lhes é de direito

A novela “o dinheiro dos jogadores do Misto” teve mais um capítulo ontem. E este novo capítulo foi cheio de novidades. À beira de um ataque de nervos e com contas vencidas precisando ser pagas, os atletas seguem reinvidicando o que lhes é de direito. Só que agora a Prefeitura passou a ser o novo alvo das reclamações. Segundo os atletas, o convênio do clube com a Prefeitura tem validade até agosto (mês que termina o campeonato) e a prestação de contas deveria ser feita até 30 dias depois do encerramento e não agora.

A informação foi repassada a eles por um novo advogado do clube que vem de Campo Grande. Tanto o presidente Jamiro Rodrigues, quanto os jogadores não quiseram informar o nome do profissional. “O advogado disse que não há motivos para cobrar essa prestação agora e não repassar a última parcela do repasse. A prefeitura tem que cumprir com o compromisso dela. Ela está nos prejudicando”, desabafou o volante Hector.

Rodrigues esteve com o advogado na secretaria de Finanças ontem para tentar, mais uma vez, resolver os problemas da prestação de contas, na qual foram notados problemas com os documentos entregues na última sexta-feira (3). “É só alguns lugares que pegamos recibos e não serve, mas já estamos providenciando as notas e vai ficar tudo certo”, disse Jamiro Rodrigues. Sobre o novo advogado, poucas palavras. “Ele está fazendo apenas pela amizade que tem com a gente”.

O zagueiro Raphael afirmou que deseja resolver o problema da melhora maneira para todos, mas já está perdendo a paciência. “Eu conversei com o meu pai. Ele me falou que entro na justiça a hora que eu quiser, temos advogados de prontidão. Já deveria ter entrado, mas não é isso que eu quero”. Ele não disfarça o inconformismo. “Estão enrolando. Não sei nem quem é mais, se é a Prefeitura ou Misto. No mais tardar segunda-feira vou tomar providências”. Raphael também criticou a Prefeitura. “A prefeita (Simone Tebet – PMDB) falou que era simples e agora não libera a verba. Já fizemos mais do que ela pediu. Não agüento mais essa situação”, desabafou.

 “Lei ampara gestor”, diz secretário de Finanças

“Eu sou um gestor público. Nada impede que o gestor exija a prestação de contas mensal”, assim o secretário de Finanças da Prefeitura de Três Lagoas, Walmir Marques Arantes, respondeu às cobranças dos atletas do Misto.

 “A lei ampara o gestor, as leis federal, estadual, principalmente a de Responsabilidade Fiscal. Mesmo não estando no contrato do convênio posso pedir isso ao clube”, completou Arantes. O secretário explicou que ao menor indício de irregularidade, a lei permite tomar essa atitude.

“Eu fiquei sabendo pelos veículos de comunicação de possíveis irregularidades no Misto e resolvi suspender a última parcela até que me prestem contas. Isso chama-se zelo com dinheiro público. Só assim a gente fica com a consciência tranqüila, pois é dinheiro público”.

Ainda segundo o secretário, o Misto prometeu entregar a documentação na próxima terça-feira (14) e em dois dias uma resposta será dada. “O documento entregue não estava completo. Assim analisamos com eles (presidente Jamiro Rodrigues e advogado). Eles entenderam e estão reformulando conforme o Tribunal de Contas do Estado exige”.

Arantes informou que além de notas faltando, que o presidente do clube havia explicado, a documentação entregue tinha problemas como falta de recolhimento de encargos de folha de pagamento. Por fim, ele voltou a comentar a decisão de suspender a última parcela do repasse. “Temos um Tribunal de Contas, Ministério Público e a Promotoria do Patrimônio Público por trás. Estou preservando a instituição Misto e a instituição Prefeitura. Se entrego documentos da forma como me foi enviada, o que você acha que pode acontecer?”, questionou.