“Maior representação no legislativo municipal”. Com essa pérola de cinismo corporativista um vereador da capital defendeu a posse de mais 7.343 vereadores adicionais à partir de fevereiro de 2.009. Ô raça!
Ora! Qualquer cidadão relativamente bem informado não tem a menor dificuldade e constrangimento para avaliar a real imagem da vereança na grande maioria das cidades. Essa avaliação passa pela análise do passado e presente de cada vereador, levando em conta sua postura dentro e fora do parlamento.
Sem rodeios: quanto ganha um vereador em sua cidade? Será que ele trabalha mais que você para justificar tanto ganho? Será que ele estudou mais que o prezado leitor? Será que ele prestou mais serviços à comunidade que você? Finalmente: sua cidade seria pior se tivesse mais vereadores?
Questões como essas são debatidas todos os dias nas conversas de bares – sábias por sinal – e as conclusões nada animadoras. O leitor que o conhece o perfil de cada vereador tem razões de sobra para concluir que a melhora do desempenho da câmara de sua cidade não depende do aumento do número de “legisladores”.
O problema está na qualidade e não na quantidade deles vereadores. À propósito: você já assistiu a pelo menos uma sessão da câmara municipal? Ouviu algum dia a transmissão dela pelo rádio? Tem noção pelo menos de como é gasto o tempo da sessão e quanto tempo ela dura em média?
O mais grave é que essa tentativa de inchar as câmaras contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Vale recordar que o Congresso Nacional vive reclamando da intromissão do Judiciário, como no caso da fidelidade partidária, mas se esquece que dá motivos para isso.
Portanto não será novidade se mais uma vez o Poder Judiciário intervir para acabar com essa gandaia de deputados e senadores, visando garantir futuros cabos eleitorais no pleito de 2.010.
Mais vereadores implicará também em novos interesses em jogo, maiores chances algum tipo de vantagem na relação com a administração pública.
É a famosa “Lei de Gerson”.
Ficar como está é menos ruim!