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CENÁRIO

Número de lojas cresce em MS, mas média salarial se manteve em 10 anos

Dados foram divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Pesquisa do IBGE também apontou que o valor gasto com remuneração dos funcionários dobrou desde 2013 - Foto: Arquivo/CBN-CG
Pesquisa do IBGE também apontou que o valor gasto com remuneração dos funcionários dobrou desde 2013 - Foto: Arquivo/CBN-CG

Em 10 anos o número de lojas no comércio de Mato Grosso do Sul aumentou quase 10%. Os dados são de informativo divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A empresária Aline Querioz é um exemplo, pois nos últimos 10 anos, ela abriu diversos empreendimentos em Campo Grande e, inclusive, mais filiais da própria gelateria pela capital. 

"Comecei com a minha gelateria há quase 11 anos e, de lá pra cá, eu já montei outras empresas de vários segmentos, loja de calçados infantis, loja de brinquedos infantis e também tem lojas fora do estado. Nós aumentamos aqui nossos empreendimentos. E nós temos uma política de capacitação, eu acredito que em todas as nossas lojas que vocês chegarem, vocês vão encontrar funcionários que começaram como atendentes e hoje são gerentes, supervisores, fiscais de vitrine", disse a empresária.

Essa política adotada pela Aline reflete também no aumento do gasto com os próprios funcionários. Dados divulgados pelo IBGE também mostram que o valor gasto com remuneração dos funcionários dobrou nos últimos 10 anos, mas a média salarial do trabalhador se manteve.

Esse cenário é explicado pelo doutor em Economia e professor do curso de economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Odirlei Fernando Dal Moro.

"No que diz respeito ao ganho, eu percebo que houve uma manutenção do ganho médio em termos de salários mínimos. Então o comércio pagava em torno de 1,8 salários mínimos em 2013. Hoje paga em torno de 1,9 salários mínimos. Então o ganho do trabalhador, em termos de salário mínimo, é o mesmo de 10, 11 anos atrás. Mas quando a gente analisa o valor nominal, claro que aparece um crescimento interessante porque, na verdade, você teve inflação durante esse período. Quer dizer, o salário mínimo de 10 anos atrás não é o mesmo valor nominal do salário mínimo de hoje. Então, se você pegar o valor do salário mínimo lá atrás e comparar com hoje, em termos nominais, o trabalhador ganha mais. Mas e em termos reais, ele está ganhando a mesma coisa que ganhava em 2013", explicou o professor.

Mas, por outro lado, alguns empresários criam ambiente para que o funcionário cresça dentro da própria empresa. Nas lojas da Aline isso também acontece. Como o caso da Bruna Alencar Gonçalves, de 27 anos. Ela atuava com freelancer em uma das gelaterias da Aline em 2018, a partir daí, teve mais oportunidades de profissionalização e hoje atua como gerente coordenadora de filiais da empresa.

"Dentro de um ano eu subi de cargo, eu fui para supervisora de loja, onde eu fui me destacando e aí, após um ano, novamente surgiu a oportunidade de ser gerente em outra unidade. Nessa fase, eu já tinha conquistado a tão sonhada independência financeira, mas eu não parei por aí, graças ao incentivo, ao treinamento dos meus patrões e superiores. Eu acho que hoje as empresas têm tentado especializar quem está dentro já da casa, do que contratar novas pessoas, que a gente sabe que manter quem está dentro, quem já está junto no trabalho, é muito melhor do que ter uma grande rotatividade dentro da empresa. Além de um trabalho, eu ganhei uma profissão e sou grata por isso", disse.

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