Veículos de Comunicação

SEGURANÇA

Mãe e filha são presas por aplicar golpe 'boa noite cinderela' em Campo Grande

Cinco vítimas procuraram a polícia para denunciar roubo

Local da prisão funcionava como um laboratório para recepção, armazenamento, manipulação de droga - Foto: Karina Anunciato/ CBN-CG
Local da prisão funcionava como um laboratório para recepção, armazenamento, manipulação de droga - Foto: Karina Anunciato/ CBN-CG

Mãe e filha, de 50 e 26 anos de idade, foram presas pela Polícia Civil em Campo Grande, suspeitas de aplicar golpes na Capital. Elas estavam escondidas no Jardim Monumento,  foram presas na última quinta-feira (08), durante a segunda fase da Operação 'Boa Noite Cinderela'.

De acordo com o delegado adjunto da Especializada de Repressão aos Roubos e Furtos, Jackson Vale, as vítimas eram homens de meia idade, abordados em festas, bailes e bares da Capital, seduzidos pela conversa e galanteio das golpistas. 

Até agora foram realizados cinco registros de vítimas que reconheceram as mulheres. No entanto, o delegado acredita que devido ao perfil de quem procurou a delegacia até o momento, outras pessoas podem ter sido vítimas do golpe.

“Homens de meia-idade. Alguns casados, o que dificulta muito o registro da ocorrência posteriormente, porque teve até um registro de ocorrência que ele foi maquiado pela vítima, chegou na casa dele, a casa dele já tinha sido invadida, subtraída, depois começa a contar porque fica com vergonha. E isso é um perfil que essa associação criminosa busca, para evitar o registro da ocorrência, para evitar que haja apuração dos crimes por elas cometidos”.

No instante do golpe, os homens aceitavam bebida alcoólica, que possivelmente estaria batizada com alguma medicação, sendo dopados e perdendo a consciência. As vítimas entravam em sono profundo no momento que ocorriam os roubos. Nas ações, o grupo criminoso subtraía todos os objetos das casas das vítimas e aparelhos celulares com senhas, o que facilitava o acesso às senhas das contas bancárias. Três pessoas tiveram valores roubados em espécie.

“Uma vítima teve um prejuízo de mais de R$ 25 mil. Esses valores foram remetidos para outras contas, apresentando uma operação típica de lavagem de dinheiro”.

As mulheres contavam ainda com dois comparsas que foram presos. Dois homens que estariam ligados com essa associação criminosa de lavagem de dinheiro. 

No local das prisões, foram encontrados diversos objetos utilizados para o crime como remédios indutores de sono, máquina de cartão de crédito, 2 kg de cocaína pura, 1,700 kg de amido de milho – para aumentar o volume do entorpecente – uma prensa, balanças, peneiras, bobinas adesivas e outros.

Conforme o delegado, o local funcionava como uma espécie de laboratório para recepção, armazenamento, manipulação da droga e transformação em quantidades maiores.

"Como o primeiro tablete apreendido aparentemente trata-se de cocaína pura, esse local recebia cocaína in natura e depois era 'batizado', vamos dizer assim, com esse amido, sendo prensado […] As prensas utilizadas eram essas com essas marcas no formato de um golfinho.

Os entorpecentes eram marcados com a figura em baixo relevo. A estratégia é usada para indicar que a carga pertence a um grupo criminoso. A droga foi entregue a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).  Segundo a Polícia Civil, o inquérito já foi apresentado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. De acordo com o delegado, o Ministério Público já ofereceu denúncia contra os quatro presos. Os homens já haviam sido denunciados anteriormente pela prática do crime de roubo majorado, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

“O dinheiro que saía das contas das vítimas iam para a conta desses homens, para depois retornar para a conta das vítimas para tentar maquiar o caminho do dinheiro. E também foram indiciadas por tráfico de drogas”, explicou o delegado.

As mulheres foram indiciadas pelos crimes de tráfico de drogas e pelo crime de armazenamento de equipamentos destinados à manipulação e transformação de drogas, que é o tráfico de maquinários. As indicadas foram encaminhadas para o Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”.

Histórico

As duas mulheres já eram conhecidas da polícia pelo envolvimento de outros delitos. Segundo o delegado, a mulher de 50 anos já estava em liberdade condicional por crime de roubo. 

“Tivemos a informação de que ela já ficou presa 10 anos em regime fechado, então ela é uma residente específica na prática de roubos”.

A mais jovem tem passagem por tráfico de drogas. “Então também é uma residente específica por tráfico”.