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Voto evangélico, o fiel da balança

Adriane espera contar com apoio de Riedel e Bolsonaro, enquanto a Rose aposta na adesão do PT para vencer as eleições

Adilson Trindade falou sobre a busca das candidatas por apoio dos evangélicos.
Adilson Trindade falou sobre a busca das candidatas por apoio dos evangélicos. | Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

Pela primeira vez na história política de Campo Grande, duas mulheres estão no segundo turno disputando a prefeitura. A curiosidade não fica só nisso. Uma delas será a primeira mulher eleita para governar a Capital. Adriane Lopes (PP) assumiu o cargo por ser vice de Marquinhos Trad (na época PSD), que renunciou ao mandato em 2022 para concorrer ao Governo do Estado. Ele perdeu a eleição e ficou sem a prefeitura. Agora, recomeça a sua jornada política como vereador eleito.

A outra curiosidade é que as duas são evangélicas e já estão em contatos com as lideranças religiosas em busca de apoio. Adriane é missionária da Assembleia de Deus Missões e a Rose Modesto é da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. O voto evangélico pode ser decisivo na eleição da futura prefeita.

É o que mostra o levantamento do Correio do Estado. Dos 481.399 eleitores que compareceram às urnas no domingo passado, 173.303 são evangélicos. Isso representa 36% dos eleitores que votaram no primeiro turno. É um número significativo do eleitorado de Campo Grande e grande parte se diz conservadora.

Adriane passou a campanha defendendo a pauta da direita, uma conservadora em defesa de Deus, Pátria e família. É o mesmo discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Rose, também, defende os costumes pregados nas igrejas. Ela disse que o evangélico é um eleitor mais conservador, que defende pautas em prol da vida e dos princípios cristãos. E como evangélica, Rose segue esses princípios.

Mas não é só o voto evangélico pode ajudar na definição da eleição. As duas buscam apoio político no segundo turno. A senadora Tereza Cristina, presidente regional do PP, já começou agir. Ela levou Adriane para uma reunião com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conversar sobre apoio no segundo turno. Adriane saiu da reunião convencida da participação de Riedel na sua campanha.

O deputado federal Beto Pereira (PSDB) saiu derrotado no primeiro turno e declarou neutralidade no segundo turno, mas liberou a militância para apoiar quem quiser.
Com adesão do governador, a expectativa é da maioria dos tucanos votar em Adriane.
A prefeita espera, ainda, se fortalecer mais com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele a abandonou para se aliar ao PSDB. E se deu mal. Agora, a senadora Tereza Cristina terá uma reunião com Bolsonaro para tratar do apoio. Ela vai dizer ao Bolsonaro que “o senhor errou” em se aliar ao Beto Pereira.

Já a Rose poderá contar com apoio do PT no segundo turno. A deputada federal Camila Jara recebeu quase 10% dos votos em Campo Grande, no primeiro turno. E Rose gostaria de ter o PT ao seu lado e, também, espera contar com uma parcela do eleitorado que votou em Beto Pereira. Rose era do PSDB, chegou a disputar a prefeitura em 2016 e perdeu para Marquinhos Trad no segundo turno.

Ela acabou trocando o PSDB pelo União Brasil para ter a chance de disputar, pela segunda vez, a prefeitura. Se ela permanecesse no PSDB, não teria essa oportunidade. Hoje no União Brasil, Rose ajudou a desbancar Beto Pereira e estará disputando voto a voto com Adriane a eleição de prefeita.

Confira a coluna Política em Destaque na íntegra:

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