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Decisão

Tribunal arbitral impede venda de ações da Eldorado pela Paper Excellence

Tribunal arbitral bloqueia comercialização de ações da Paper Excellence pela Eldorado e determina pagamento de dividendos

Brasil está proibido de transferir ações até decisão final.
Brasil está proibido de transferir ações até decisão final. | Divulgação

O tribunal arbitral da Câmara de Comércio Internacional (CCI) decidiu que as ações da Eldorado Brasil Celulose, detidas pela companhia indonésia Paper Excellence (CA Investment), não podem ser comercializadas até a conclusão da disputa judicial com a J&F Investimentos. A decisão, de 4 de outubro, faz parte do Procedimento Arbitral CCI nº 27293/PFF e impede qualquer transferência de ações, seja como venda ou garantia financeira.

A J&F entrou com o pedido de anulação do contrato de compra e venda de ações da Eldorado, alegando descumprimento de obrigações contratuais e informações falsas fornecidas pela Paper Excellence no momento da aquisição. A decisão também determina que, caso o tribunal arbitral cancele integralmente o contrato firmado em 2017 entre J&F e Paper Excellence, a empresa indonésia deverá devolver à J&F os dividendos recebidos durante o processo de arbitragem.

Além disso, a Eldorado foi obrigada a pagar dividendos mínimos obrigatórios referentes ao exercício de 2023, deliberados na Assembleia Geral Ordinária de abril de 2024, no valor de R$ 560,5 milhões, equivalentes a 25% do lucro líquido de R$ 2, 35 bilhões. Esses dividendos serão pagos tanto à CA Investment quanto à J&F, no prazo de dez dias. Contudo, a CA Investment poderá ser obrigada a restituir os valores caso o tribunal decida pela devolução das ações à J&F.

A disputa bilionária entre a J&F e a Paper Excellence se arrasta desde 2017, quando a J&F vendeu 49,41% da Eldorado por R$ 3,8 bilhões, com uma opção de compra do restante da empresa por R$ 15 bilhões, válida por um ano. A Paper Excellence não desistiu das dívidas pendentes, o que levou a J&F a recorrer à Justiça.

Em nota oficial, a Eldorado Brasil Celulose afirmou que seguirá cumprindo suas obrigações legais e manterá o mercado informado sobre os próximos desdobramentos, respeitando o sigilo legal.