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Diretora da UFMS em Três Lagoas discute projeto para transformação em universidade autônoma

A autonomia do câmpus ampliaria a formação acadêmica.

Nesta quinta-feira (14), durante entrevista ao programa RCN Notícias, na Rádio Cultura FM, com transmissão simultânea na TVC HD, Canal 13.1, a diretora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em Três Lagoas, Larissa da Silva Barcelos, revelou detalhes sobre o projeto que visa tornar o câmpus do município uma universidade autônoma.

O processo está em desenvolvimento há anos e teve início durante a gestão do professor José Menoni, que visualizou a possibilidade de um câmpus independente devido ao grande número de demandas administrativas locais, sendo Três Lagoas a maior unidade fora da sede em Campo Grande. “Esse não é um projeto novo; é um sonho que vem sendo trabalhado há muito tempo”, destacou Barcelos.

O objetivo principal é alcançar maior autonomia financeira e administrativa, permitindo ao câmpus receber repasses diretos do Ministério da Educação, o que facilitaria a abertura de novos cursos e projetos voltados para as necessidades regionais. Atualmente, o câmpus de Três Lagoas é vinculado à UFMS central, e as decisões administrativas e pedagógicas passam, prioritariamente, pela sede. A mudança permitiria uma atuação mais focada nas demandas locais, além de acelerar processos de expansão acadêmica, especialmente nas áreas de saúde.

Entre as novas possibilidades, a criação de cursos como psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, educação física e biomedicina supriria a carência de profissionais na região. A autonomia do câmpus ampliaria a formação acadêmica e traria impacto direto à qualidade de vida e ao sistema de saúde local, uma vez que muitos estudantes são inseridos no mercado de trabalho regional e colaboram com os serviços de saúde.

O curso de medicina, um dos mais aguardados pela população local, está completando dez anos. Com um desempenho destacado, o curso forma entre 50 e 60 médicos por ano, e a expectativa é que a primeira residência médica, em Medicina de Família e Comunidade, seja aprovada ainda este mês. “É gratificante ver egressos atuando na cidade, contribuindo diretamente para a saúde pública e o bem-estar da população”, afirmou Barcelos.

Além da expansão de cursos, a diretora apresentou outras iniciativas que integram o câmpus à comunidade local. O câmpus I, por exemplo, transformou-se em um polo de extensão, onde funcionam projetos como o escritório modelo de assistência judiciária, a clínica escola e o primeiro Hub de Inovação de Três Lagoas, que incentiva empreendedorismo e inovação. “Esse espaço é pensado para estreitar o vínculo entre a universidade e a população, proporcionando serviços gratuitos e oportunidades de desenvolvimento para todos”, explicou.

Para fortalecer o projeto de autonomia universitária, a população foi convidada a participar da plataforma “Participa UFMS”. Nela, a sociedade pode apoiar a criação da nova universidade, reforçando a importância da proposta. “Queremos que a população de Três Lagoas e região se envolva e fortaleça essa iniciativa, que vai beneficiar tanto a cidade quanto os municípios vizinhos”, concluiu.