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Inadimplência no comércio cresce e 400 consumidores ficam negativados

Crise econômica é decorrente da pandemia do novo coronavírus, que resultou no fechamento dos estabelecimentos comerciais

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A pandemia do coronavírus já traz reflexos no setor econômico de Três Lagoas. A inadimplência no comércio varejista aumentou no mês de março, o que levou quase 400 consumidores para o cadastro de devedores. Os nomes foram incluídos no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Centenas de boletos deixaram de ser pagos no mês anterior resultando em mais de R$ 120 mil em dívidas aos lojistas já para o mês de abril. O rombo ainda poderá ser maior com os estabelecimentos comerciais fechados – como medida de prevenção contra a Covid-19 – e muitos trabalhadores na lista de demissões. 

De acordo com dados da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, seis empresas estão inadimplentes e com CNPJs negativados. As dívidas estão concentradas em valores que variam de R$ 100 até R$ 600. Mas, há compras mais caras que também não foram pagas. Pelo menos 39 consumidores não pagaram carnês, boletos ou cheques de R$ 1,2 mil; outros não honraram gastos de até R$ 2 mil e 10 de R$ 3 mil. 

O indicador considera dívidas os compromissos assumidos com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. O cartão de crédito foi mais uma vez apontado como o principal tipo de dívida. O empréstimo pessoal contraído em bancos e financeiras também está na lista de inadimplência. Ao menos 45% dos consumidores que usam essa modalidade de crédito estão com restrição no nome.

No mês de fevereiro, a inadimplência atingiu 205 três-lagoenses. Naquele período, 80 pessoas decidiram limpar o nome. “É um momento muito complicado para a nossa economia. O comércio está fechado, trabalhadores autônomos estão parados por conta do isolamento social decretado pelo município. Sendo assim, fica difícil conseguir arcar com as contas”, pontuou o presidente da Associação Comercial, Fernando Jurado. 

PERFIL

De acordo com os registros cadastrais, os homens são os que mais deixam de pagar compras feitas nas lojas da cidade, correspondendo a 70% do total de devedores. Nesse cenário, está o público com idade entre 25 e 50 anos. Os solteiros também possuem mais dívidas em aberto do que os casados. 

ACORDOS

Clientes pessoas físicas ou micro e pequenas empresas dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander)  podem pedir prorrogação, por até 60 dias, dos vencimentos de dívidas. No entanto, não vale para cheque especial e cartão de crédito. A medida de estímulo à economia tem o objetivo de amenizar os efeitos negativos do coronavírus no emprego e na renda, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O Procon alerta que as empresas não são as culpadas pelo problema. É importante que essas organizações estejam abertas a renegociar dívidas que fique bom para o cliente também.

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