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Entrevista

Com prevenção adequada, MS pode não enfrentar colapso na pandemia

André Luiz Alonso Domingos explica como a Unimed se preparou para atender as pessoas contaminadas pelo coronavírus

Em entrevista para o Cenário CBN – Desafios e Perspectivas o diretor financeiro e médico urologista da Unimed Campo Grande, André Luiz Alonso Domingos, fez uma análise da atuação da saúde em todo o estado de Mato Grosso do Sul, levando em consideração a pandemia da covid-19. A Unimed Campo Grande tem quase 50 anos de atuação no mercado, com mais de 1700 médicos cooperados e cerca de mil colaboradores entre a sede administrativa e o hospital. A entrevista foi cedida ao jornalista Ginez César.

Como está a estrutura de atendimento da saúde em relação a Covid-19 em Mato Grosso do Sul?

Andre O Brasil teve uma grande vantagem em relação aos outros países do mundo, porque tivemos um tempo para nos preparar, isso foi muito importante. No caso da Unimed Campo Grande, a nossa estratégia tinha três pilares principais sendo o primeiro o pré-hospitalar, que foi a organização de uma central, para atender a população sem que fosse necessário deslocamento ao hospital. No ponto de vista hospitalar, a área mais antiga do Hospital Miguel Couto foi reformulada completamente para virar um serviço de atendimento exclusivo para pacientes com a Covid-19, porque se ele chega com sintomas respiratórios ele será atendido em um local separado dos outros pacientes que procuram o pronto socorro por outros motivos que não essa doença.

Percebemos em outros estados uma situação mais grave se comparado ao nosso. Como está hoje, no ponto de vista de estrutura e de demanda das pessoas que estão buscando o serviço aqui no Estado?

Andre Uma coisa importante para refletirmos é que as pessoas precisam ter a clareza de que essa foi uma doença que chegou, muito provavelmente, pelos aeroportos. Campo Grande e todo Estado não ter uma malha aérea tão robusta, acabou nos beneficiando neste sentido. Então hoje, além de uma boa estrutura e preparo, já que tivemos mais tempo do que outras capitais, tivemos também essa vantagem geográfica. É obvio que nós não podemos relaxar nenhuma medida para que isso não saia de controle. 

A estrutura de Mato Grosso do Sul, hoje, está adequada para o momento, se continuarmos no ritmo que estamos?

Andre Permanecendo dessa forma não tenho dúvidas que vamos ter total sucesso. Provavelmente deve haver um aumento no número de casos porque estamos um pouco atrasados em relação as outras capitais. Se isso acontecer, boa parte da população vai precisar de uma assistência em unidade de terapia intensiva, nós podemos ter alguma dificuldade. Na Unimed temos boletins sobre toda nossa situação de leitos, isso é passado para a direção. Nós ampliamos a capacidade de respiradores, hoje temos um número muito além do que tínhamos. Agora, é obvio que dependendo da quantidade nenhuma unidade consegue atender.  Com relação ao sistema público de saúde, ele se distribuiu pelas macrorregiões do Estado, onde se tem um sistema de organização dentro dos próprios municípios. O Governo estadual também aumentou o número de leitos e de respiradores em todo o Estado, para que haja um atendimento da demanda por região. Acredito que devemos controlar muitos casos que hoje já não vem mais de outro país, mas sim dos nossos próprios Estados Federativos.