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Agronegócio de MS vira alvo de fundos

Mais de R$ 20 bi estão disponíveis para aquisições ou fusões com médias e grandes empresas do setor, aponta especialista

“O agronegócio está no radar dos fundos de participações”. A afirmação é de Tiago Katsuren Nakasato, sócio-fundador da boutique financeira K&K Partners. Segundo ele, o agronegócio brasileiro desperta interesse dos fundos por motivos fundamentais dos cenários econômicos macro e micro mundialmente.

No cenário macro, o setor tem tendência positiva diretamente correlacionada com o crescimento econômico do mundo e de países como China e Índia. As perspectivas positivas para o mercado nos próximos 50 anos considerando um aspecto na melhora da qualidade de vida de uma população através da alimentação. Setor onde o Brasil se destaca mundialmente como líder na produção alimentar, em especial carnes e grãos, além de projetos de fruticultura. Já num cenário micro, Nakasato aponta o setor como resiliente ao momento econômico do país. 
Ao analisar setores em 2018/19, os fundos tendem a valorizar ativos “não cíclicos”. Outros são a adoção de tecnologias, a presença de  entidades de pesquisas, cultivo das sementes, plantio, colheita, armazenamento e logística que são vetores da cadeia agro e que evidenciam maior produtividade.
Os fundos buscam setores onde o ganho de eficiência agregue valor. “Estes investidores poderiam injetar capital nos laboratórios de sementes, trazer tecnologia de ponta para pesquisas em fertilizantes e defensivos agrícolas mais produtivos, ganhos de capital intelectual a agregar na gestão, entre outros valores tangíveis e intangíveis para a empresa investida”, ressalta Nakasato.

GIGANTES

Porteira para o investimento, o agronegócio teve, principalmente a partir de 2015, grandes consolidações exercidas pelas gigantes do setor. Joint Venture entre a Dow e a Dupont; em 2016, a compra da Syngenta pela Chenchina, e a expectativa pela compra da Bayer junto a Monsanto. Estas movimentações, que geraram maior concentração desde então, paradoxalmente, criaram oportunidades para os fundos. Há hoje em curso um ACC (Acordo de Controle de Concentração) que faz com que algumas empresas coloquem à venda parte de seu portfólio por questões de concentração de mercado. 
K&K Partners têm como um dos critérios para identificar potenciais empresas, entender bem o que os investidores (fundos de participações, os chamados fundos Private Equity) estão buscando. Este contexto inédito e oportuníssimo faz com que os fundos de participações passem a se posicionar como interessados em analisar as oportunidades no setor do agronegócio sul-mato-grossense. “O agro brasileiro e o sul-mato-grossense em especial, compõem o cenário perfeito para as possibilidades de negócios acontecerem entre esses novos entrantes e empresas do setor. Essa tem sido a nossa visão no setor para os próximos anos”, finaliza.