Edward Luz, antropólogo e consultor parlamentar e empresarial, irá falar sobre os conflitos indígenas e o setor rural de Mato Grosso do Sul. O tema será abordado pelo antropólogo nesta sexta-feira, 24, durante ExpoMS Rural, feira promovida pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) no Parque de Exposições Laucídio Coelho.
Antes de Luz, o tema será debatido também pelo jornalista e escritor mexicano, Lorenzo Carrasco, escritor do livro "Quem manipula os povos indígenas contra o desenvolvimento do Brasil" publicado em 2013 resultado de uma rigorosa pesquisa sobre os mentores dessas campanhas e suas motivações.
Edward Luz ministra a palestra "Como e por que continuam manipulando populações indígenas contra o desenvolvimento do Brasil" e é uma referência ao livro de Lorenzo Carrasco. Segundo o antropólogo social, Carrasco foi a primeira pessoa no Brasil a chamar a atenção sobre esta manipulação dos indígenas e o despertou para essa cena.
Luz é bacharel e mestre em Antropologia Social e doutorando em Ciências Sociais. Trabalhou para a Funai (Fundação Nacional do Índio) entre 2003 e 2008 e desde 2009 passou a atuar contra a fundação ao perceber que havia desvios na função do órgão, "principalmente porque é um órgão aparelhado para fazer do índio uma massa de manobra e jogar contra o desenvolvimento do País", frisa.
Trabalhando na Funai ele atuou em inúmeros processos de demarcação de terras. "Mas não conhecia até então os impactos econômicos negativos que tais demarcações causavam para o desenvolvimento do Brasil", afirma. O antropólogo é um profundo conhecer da realidade das aldeias. Goiano, é filho de missionários protestantes e passou a maior parte da infância entre índios na região Amazônica.
Em sua palestra Luz revela como se dá esse aparelhamento para transformar índios em massa de manobra, envolvendo ONGs internacionais e nacionais, professores universitários, servidores do Estado de diversos setores (Funai, Ministério Público, Judiciário, etc) e, por trás de tudo, o CMI (Conselho Mundial de Igreja) e o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), formando o que ele chama de "establishment saxão".
Ele irá abordar também duas décadas de conflitos pelo Brasil, nos estados do Pará, Mato Grosso, Bahia e Ceará, com destaque especial para Mato Grosso do Sul, cujo conflito na região de Sidrolândia envolvendo a propriedade do pecuarista Ricardo Bacha ganhou o noticiário nacional em 2013 depois de ser invadida, saqueada e queimada.
Para Edward Luz enquanto não houver um envolvimento da sociedade brasileira no sentido de trazer a população indígena para o convívio social, ajudar na reintrodução dessas populações no processo produtivo, a solução para o conflito estará cada vez mais distante.
SERVIÇO
A palestra está programada para iniciar às 9:30 hs desta sexta-feira e acontece no auditório da Acrissul, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, Campo Grade (MS), onde acontece de 23 de agosto a 2 de setembro a ExpoMS Rural 2018. Mais informações pelo (67) 3345-4200.