O saldo da balança comercial teve um aumento de 32,14% de janeiro a agosto deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento se deu porque o Estado exportou 12,61% a mais e comprou 15,42% menos produtos em 2020.
Na pauta das exportações, o aumento foi puxado pela soja, que apresentou crescimento de 64,79% nas vendas em volume e 58,62% em termos de valor. A celulose aparece em segundo lugar com queda em valor, que se deve, principalmente, ao menor preço do produto neste ano, já que foi enviado um volume 7,66% maior em 2020.
Outros destaques no primeiro de semestre de 2020 foram as exportações de óleos e gorduras vegetais e animais, que cresceram 135,73% em relação ao mesmo período; as de açúcar, que aumentaram 263,51% e as de ferro-gusa, que subiram em 325%.
“Nós temos alguns pontos relevantes que já vêm ocorrendo ao longo de 2020. Um deles é a taxa de câmbio média, que ficou em R$ 5,27 no mês de agosto, valor 40% superior ao que ela estava no passado. Isso significa mais receita para esses produtores e preços mais elevados para esses produtos em função de aumento na demanda internacional”, comenta o secretário Jaime Verruck.
O titular da Semagro, destacou o impacto do câmbio nas exportações de soja em Mato Grosso do Sul. “No caso da soja, tivemos um crescimento de 61% em relação ao volume exportado no ano passado, o que é um fator extremamente positivo. Quando nós comparamos em relação a valores, o aumento foi de 55%. Então, a gente já está hoje, 3,915 milhões de toneladas de soja exportada no Mato Grosso do Sul, o que representa cerca de 40% da soja produzida em nosso Estado”.
Sobre a celulose, segundo produto de exportação, o fator câmbio não tem sido suficiente para compensar a queda do preço no mercado externo. “Nesse item, tivemos um crescimento de 7%, mas diferentemente da soja, houve uma redução no preço em dólar no mercado internacional. Mesmo assim, a celulose ainda preserva o seu crescimento na pauta, posicionando o município de Três Lagoas como principal exportador do Estado”, ponderou Jaime Verruck.
Com relação às exportações de proteína animal, “a carne bovina está praticamente estabilizada. Tivemos a perda de alguns credenciamentos durante a pandemia, em função principalmente do mercado chinês, mas isso deve ser retomado. Há também a questão da falta de bovinos para que a gente possa fazer o abate, mas a perspectiva é de crescimento”, afirmou o secretário.
“Na carne de aves nós estamos 18% acima do ano passado. Também tivemos intercorrências em função da pandemia que resultaram em descredenciamento, mesmo assim o setor expandiu suas exportações. Na carne suína, temos uma perspectiva de crescimento no mercado interno mas nas exportações já aparecemos em alguns mercados internacionais como Hong Kong”, completou.
A China segue como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, com 50,88% do total exportado, seguida pela Argentina (4,45%) e Estados Unidos (4,01%). Três Lagoas lidera os municípios exportadores, embora o destaque seja para o segundo, Dourados que expandiu 101% suas exportações principalmente devido às exportações de soja.
Nesse período de pandemia da Covid-19, as medidas de restrição às importações que têm sido implantadas pela China são alvo de monitoramento constante dos governos federal e estadual.
(Com informações da Semagro)