O Índice de Confiança do Agronegócio calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) bateu todos os recordes positivos no quarto trimestre do ano passado. Segundo o levantamento, a vitória de Bolsonaro nas eleições e suas promessas para a economia brasileira, quando candidato, motivaram esse aumento.
O índice encerrou o período com 115,8 pontos, com acréscimo de 15,4 pontos que no trimestre anterior. A elevação da confiança foi verificada em todos os segmentos do agronegócio, inclusive na agroindústria. A alta (de 15,4) sobre o trimestre anterior, é o patamar mais elevado desde 2013, ano de início da série.
Foram feitas 1,5 mil entrevistas (645 válidas) com agricultores e pecuaristas em todas as regiões do país. As entrevistas foram realizadas no final de novembro e início de dezembro de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.
Com a vitória de Jair Bolsonaro aumentou a expectativa, especialmente no agrosetor, de recuperação econômica e de um ambiente de negócios mais favorável, de acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
O levantamento aponta ainda que o indicador, que mede especificamente a confiança dos produtores rurais, passou de 101,7 pontos, no terceiro trimestre de 2018, para 113,8 pontos no quarto.
O ânimo positivo dos produtores de grãos que tiveram bons resultados em seus negócios no ano passado, também subiu de 106 pontos para 115,2. Entre os pecuaristas, cujas perspectivas de mercado para 2019 são mais animadoras, foi de 88,9 para 109,6 pontos.
Porém um contraponto foi levantado pela Fiesp e OCB, as entidades dizem que os custos de produção destoaram do panorama de otimismo. A confiança nesse item está no nível mais baixo já registrado.
Boas perspectivas em relação às produtividades em geral pesaram positivamente, mas neste ponto os sinais são de que poderá haver recuo neste primeiro trimestre, tendo em vista os problemas climáticos que passaram a afetar lavouras de diversas culturas grãos inclusive em distintas regiões do país.
O indicador que mede a confiança das agroindústrias também disparou no quarto trimestre do ano passado. Atingiu 122,9 pontos, puxado tanto pelas empresas que atuam no fornecimento de insumos quanto por aquelas que fazem seus negócios com transformação dos produtos oriundos do campo, com 114,8 pontos, dessa forma batendo recorde a exemplo dos produtores rurais.
No comunicado que divulgaram, Fiesp e OCB lembram que as entregas de fertilizantes das misturadoras às revendas cresceram 3,9% em 2018, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), e que os fabricantes de defensivos tiveram um mercado mais restrito depois de pelo menos uma safra de estoques elevados acumulados nas mãos dos distribuidores.
Os dados estão disponíveis no http://icagro.fiesp.com.br/