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Paranaíba

Mudança na matriz econômica: Pecuária perde espaço para a agricultura e o setor florestal.

Cultivo do Eucalipto triplicou em dois anos
Cultivo do Eucalipto triplicou em dois anos

O presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul- Aprosoja/MS, Jorge Michelc apresentou  ao vice-prefeito José Barbosa Barros (Barbosinha), na última quinta-feira (25), o estudo técnico “Uso e Ocupação do Solo”, feito com o objetivo de compreender como a atividade agrícola está a alterar a paisagem e a distribuição de atividades.

O estudo, parte do programa SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de Mato Grosso do Sul) e fornece dados sobre a área de soja, milho, eucalipto, pastagens, entre outros cultivos. 

O  levantamento abrange uma vasta área, de 35 milhões e 700 mil hectares em Mato Grosso do Sul e  já foi entregue a mais de 40 prefeituras de Mato Grosso do Sul. De acordo com o presidente da Aprosoja MS, o objetivo é  fornecer subsídios para a tomada de decisões no setor agropecuário, auxiliando gestores públicos, produtores e investidores a compreenderem melhor a distribuição das atividades agrícolas no território sul-mato-grossense.

Paranaíba, assim como outras cidades do Mato Grosso do Sul, está passando por um intenso processo de transformação no uso e ocupação do solo. Essa mudança acontece principalmente pelo agronegócio, segundo estudo de dados que monitoram  diariamente as alterações nas áreas agrícolas e pastoris do estado.

A entrega do documento aconteceu durante reunião  no gabinete da Prefeitura Municipal com as presenças do presidente do Sindicato Rural de Paranaíba e diretor da Aprosoja/MS, Fábio Macedo;  coordenador de Assessoria Institucional, Tauan Almeida;  engenheiro agrônomo da Associação, Flavio Faedo Aguena e da Técnica de Campo Patrícia Vilela da Silva, além da diretora da Secretaria de Indústria e Comércio, Eliza Garcia Kafke

Mudança de cenário

“A pecuária, que durante décadas foi o motor da economia local, está perdendo espaço para a agricultura e o setor florestal”, atesta, o presidente do Sindicato Rural local.  Os números indicam que nos últimos dez anos, a área de pastagem em Paranaíba sofreu uma redução significativa. Em 2012, 78% do território do município, equivalente a 423 mil hectares, era destinado à pecuária. Atualmente, esse número já caiu para menos de 400 mil hectares.

Por outro lado, a área destinada ao cultivo de cana-de-açúcar e eucalipto apresentou um crescimento expressivo. A cana, que ocupou pouco mais de 6 mil hectares em 2012, agora alcança 18 mil hectares. O eucalipto, por sua vez, triplicou sua ocupação, passando de 4 mil para 12 mil hectares no mesmo período.

Macedo avalia que esse avanço é impulsionado por projetos de grande porte, como as usinas Cedro e Coruripe, que, juntas, deverão exigir entre 100 mil e 120 mil hectares de cana nos próximos anos. O setor florestal também está em plena expansão, com empreendimentos de gigantes como Arauco e Bracel, que deverão impactar diretamente o município com demandas por áreas destinadas ao plantio de eucalipto.

Para ele, essa mudança implica em desafios. “Paranaíba reflete um fenômeno que já ocorreu em outros municípios do estado. Regiões como Ribas do Rio Pardo, antes conhecidas pela pecuária, hoje têm sua economia dominada pelo cultivo de eucalipto e pela instalação de grandes indústrias, como a Suzano

Ele lembra que para acompanhar as transformações,  o Sindicato Rural de Paranaíba tem qualificado mão-de-obra para atender às novas exigências do mercado. “ Cursos de capacitação para operadores de máquinas agrícolas e brigadistas, em parceria com as usinas e indústrias florestais, são exemplos de como a entidade busca preparar os produtores e trabalhadores locais para os novos desafios.

Em sua rede social,  o Sindicato Rural assinala que a entrega do estudo ao município,  reforça o compromisso com o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento do agronegócio local.

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