O Plano Safra do ciclo 2021/2022 será lançado hoje, 22, em cerimônia com início às 16h30, direto do Salão Nobre do Palácio do Planalto. A definição da data ocorreu após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão responsável por validar as taxas de juros e demais condições do plano agrícola e pecuário, realizada ontem, 21. A previsão é que o valor chegue a R$ 235 bilhões.
Na última sexta-feira, 18, o Tesouro Nacional definiu repasse de R$ 13 bilhões para equalização de juros do plano safra 2021/2022. A cifra ficou abaixo da solicitada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que havia pedido ao Tesouro R$ 15 milhões no início das negociações, mas nesta reta final o valor chegou a subir para R$ 16,4 bi. O valor de R$ 15 milhões é considerado pelo ministério como o suficiente apenas para igualar as condições do Plano Safra 20/21. Com esse corte, já é esperado o aumento na taxa de juros.
A taxa do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que era de 2,74% deve subir para 3% e, com isso, as demais taxas também devem ter pequenos reajustes.
Milho, agricultura familiar e sustentabilidade
Segundo o comentarista e ex-secretário de Política Agrícola Benedito Rosa, nos bastidores de Brasília há uma expectativa para o aumento de orçamento para o plano e alguns setores podem ser beneficiados.
“Até semanas atrás, as perspectivas de recursos para subsidiar a agricultura eram ruins, o cenário foi melhorando e há a expectativa de agregar um pouco mais. A perspectiva de crescimento do PIB do Brasil em 5,5% e crescimento da China e EUA, aliados a uma inflação de 6% no Brasil, traz um cenário que permite uma folga no orçamento. Daí a expectativa de acrescentar alguns bilhões no volume total do recurso para subsidiar a agropecuária”, falou.
Segundo Benedito, tanto a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, como o presidente Jair Bolsonaro estão interessados em fortalecer o Plano Safra para atender ao setor que está alavancando a economia brasileira. “A expectativa nos bastidores é de que o Plano Safra terá uma atenção melhor para o cultivo do milho, que é o que se espera nessa conjuntura que estamos atravessando. Diante das dificuldades de desemprego, aumento do custo de produção, um cenário onde a agricultura familiar é mais vulnerável, todos aguardam uma atenção redobrada a esse setor. Com menos encargos aos financiamentos, com acréscimo no recurso geral”, disse.
A terceira expectativa, diz Benedito, é por condições mais favoráveis para quem adotar práticas amigáveis ao meio ambiente. “Com isso, o discurso do governo se moderniza em relação a que está acontecendo hoje no mundo”, finalizou.
Com informações do Canal Rural