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Potencial poluente de canaviais brasileiros é menor do que estimado

Pesquisas realizadas por instituições internacionais e brasileiras apontam baixas nas taxas de nitrato e herbicidas

Pesquisa mostra que o potencial de poluição da cultura da cana-de-açúcar no Brasil é substancialmente inferior ao previamente estimado. A conclusão é de cientistas de instituições americanas (Washington State University – WSU) e brasileiras (Embrapa Meio Ambiente) que fizeram uma análise da contaminação de recursos hídricos por escoamento proveniente dessa atividade agrícola. Os pesquisadores mediram a presença de três moléculas específicas: uma de nitrato e duas de herbicidas conhecidos (diuron e hexazinone). O estudo lançou nova perspectiva sobre as taxas de perda de nitrato e herbicidas no solo.

Até então o consenso científico era de que 10% do nitrato e 1% dos herbicidas seriam perdidos após sua aplicação. Entretanto, os testes conduzidos na investigação revelaram que as perdas reais de nitrato são de, aproximadamente, 5% metade do que os padrões estimavam. A descoberta evidencia que as estimativas convencionais para o nitrato eram exageradas em quase o dobro da realidade.

A pesquisa utilizou a pegada hídrica cinza, um indicador que aponta a quantidade de água doce uilizada para diluir e tratar poluentes. Apesar dos indicativos positivos, os cientistas ressaltam que não há dados suficientes que permitam realizar um comparativo do uso de defensivos químicos como inseticidas, fungicidas e acaricidas, empregados na cultura da cana-de-açúcar no Brasil. 

Os técnicos salientam que é importante notar que os herbicidas constituem o grupo de defensivos mais amplamente utilizado nesta cultura. Entre os herbicidas mais usados, o diuron e o hexazinone se destacam, por isso, mereceram a atenção dos cientistas.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Robson Barizon  explica que no estudo o conceito de pegada hídrica foi utilizado de maneira comparativa. O objetivo foi confrontar o impacto hídrico de um local específico sob diferentes condições de manejo. Assim, foram comparadas tanto as aplicações de fontes orgânicas com inorgânicas, quanto diferentes métodos de manejo, levando em conta variações nas formas de aplicação.

*Com informações Embrapa