A cigarrinha (Dalbulus maidis) é um pequeno inseto com manchas circulares pretas entre os olhos que mede menos de 5 milímetros. Apesar do tamanho, essa praga causa grandes prejuízos nas safras de milho em Mato Grosso do Sul e pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos.
O milho é o único hospedeiro do inseto, que se reproduz e se alimenta das folhas da plantação. As consequências par a planta são deformações tanto nas folhagens quanto no vegetal, que pode não se desenvolver corretamente.
De acordo com o levantamento do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS) aponta que em 2022, a incidência da praga na safra foi de 32%, o dobro observado na safra antecessora.
O presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, afirma que já são observadas infestações nas lavoura do Estado. "Percebemos que no norte do Estado as infestações tem sido cada vez mais severas, porque tem uma característica de plantar milho no verão e faz com que aconteça uma ponte verde favorável para a praga prevalecer. Isso faz até a Aprosoja tomar atitudes mais drásticas, como pedir para os produtores evitar o plantio de milho no verão, tentando fazer com que a praga desapareça pela seleção natural".
Além disso, o estudo da Embrapa Agropecuária Oeste informa que além de infectar plantas recém-germinadas, a cigarrinha pode sugar a seiva do milho e excretar uma substância açucarada, chamada de “honeydew” que favorece a proliferação de fungos e interfere na fotossíntese da planta. A cigarrinha é também um vetor de diversas bactérias e vírus que podem atacar a plantação, como as molicutes, causadoras do enfezamento vermelho, e a virose da risca e do mosaico estriado do milho.
Para o controle da praga, que está presente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, é necessário cuidados permanentes. "A recomendação de boas práticas que a Aprosoja dá ao produtor é que ele escolha híbridos que tenham mais resistência a doença, faça monitoramento da praga sistematicamente e faça as aplicações de defensivo. Não deixar milho tiguera, fazer o extermino de todo milho, fazer a rotação dos princípios ativos e principalmente consultar as fundações de pesquisa para ver se tem alguma tecnologia que pode ser empregada", explica o presidente da Aprosoja-MS.
Em Mato Grosso do Sul, a Embrapa revela que os municípios com maior incidência da Dalbulus maidis estão nas regiões Sul, Norte e Nordeste. São eles: Amambai, Anaurilândia, Angélica, Aral Moreira, Bataguassu, Batayporã, Caarapó, Chapadão Do Sul, Coronel Sapucaia, Costa Rica, Deodápolis, Dois Irmãos Do Buriti, Douradina, Dourados, Eldorado, Fátima Do Sul, Guia Lopes Da Laguna, Iguatemi, Itaporã, Itaquiraí, Ivinhema, Jaraguari, Jateí, Juti, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada Do Sul, Novo Horizonte Do Sul, Paranhos, Rio Brilhante, São Gabriel Do Oeste, Sete Quedas, Sidrolândia, Tacuru e Vicentina.
*Com informações de Aprosoja