O Programa de Melhoramento Genético do Girolando (PMGG) apresentou um estudo detalhado sobre a tolerância térmica da espécie, com quase 21 mil animais genotipados ao longo de 10 anos no país. A modificação genética começou a ser transmitida para os descendentes das cabeças.
A pesquisa da Embrapa Gado de Leite, em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, apresentou dados da taxa de capacidade de transmissão prevista para descendentes da tolerância ao estresse térmico da espécie (PTA). Este fator é importante, porque as cabeças em situação de estresse podem deixar de produzir 1000 kg de leite e em casos severos, até 2000 kg.
Além disso, a espécie promete ser uma “vaca do futuro”, já que, entre 2000 e 2020, os bovinos girolando emitiram 39% menos gás metano por kg de leite, ao mesmo tempo que a produção aumentou 60%. As mudanças climáticas exigem uma melhoria no modelo de produção, com menor impacto ambiental, e a redução das emissões de gases de efeito estufa são uma resposta rápida do setor agropecuário.
Esse histórico de melhoramento genético, resultado de um cruzamento com a vaca Holandesa, aponta a raça como promissora para o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução de gases de efeito estufa.
Os testes com a raça Girolando começaram em 1997 e, 10 anos depois, foi implantado o PMGG, com os objetivos de: multiplicação genética de forma orientada; avaliação genética de características economicamente importantes; e a promoção da sustentabilidade da atividade leiteira.
A raça é a que mais cresce na produção de sêmen no Brasil, chegando à marca de quase 921 mil doses produzidas em 2021. No início do século, a produção média de leite alcançava 3.695 kg e hoje, essa média praticamente duplicou, com 6.032 kg. Cerca de 80% do leite brasileiro é produzido por animais Girolando.
*Com informações da Embrapa