Produtores brasileiros voltam a exportar carne industrializada, neste mês, para compradores russos, após um ano de bloqueio, desde que autoridades sanitárias daquele país identificaram a presença de ractopamina, uma substância proibida na Rússia, destinada a estimular o metabolismo do animal e aumentar proporção de carne magra.
A informação foi publicada na quarta-feira (31) pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em sua conta no Twitter, durante viagem a Dubai, nos Emirados Árabes.
“Uma notícia boa. Desde de dezembro nós esperávamos a reabertura desse mercado. Algo muito desejado e esperado em especial pelos suinocultores brasileiros. Por isso estamos comemorando”, disse o ministro na postagem.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cargas brasileiras poderão ser embarcadas para o território russo neste mês. Conforme o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), foram reabilitadas quatro plantas localizadas no Rio Grande do Sul, das empresas Alibem Alimentos, Adele Indústria de Alimentos e Cooperativa Central Aurora
Alimentos
Para o presidente da ABPA, Francisco Turra, reabertura do mercado russo para a carne suína brasileira, “A retomada deste mercado tem um significado importante, em especial, pela representatividade que a Rússia desempenhou nos últimos anos, como principal destino das vendas brasileiras”.
Desde o início do embargo, a Rússia deixou de importar do Brasil o equivalente a 230,4 mil toneladas – em torno de 40% de tudo o que o país teria exportado no período, tomando como referência as exportações realizadas entre janeiro a outubro de 2017.
Com a reabertura, exportadores brasileiros têm boas expectativas quanto à retomada das vendas para o Leste Europeu, que se somarão às importações de carne suína para os mercados da Ásia e da América do Sul.
Vencida essa barreira para a carne suína, agora a preocupação se volta mundialmente, incluso o Brasil que é um grande player do produto, para duas doenças, a PSA e PSC (peste suína africana e peste suíno clássica, no entanto pode ser algo positivo para o Brasil.
Ricardo Santin, diretor-executivo da ABPA diz que “Com o problema sanitário de Peste Suína Africana ocorrente em diversos grandes produtores de carne suína pelo mundo, o Brasil, que não registra focos da enfermidade, tem despontado como possível parceiro na segurança alimentar dos países afetados”.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o país exportou 6,557 milhões de toneladas de carnes em 2017, contra 6,558 milhões de toneladas em 2016, redução de 1,6 mil toneladas.