Na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, durante seu depoimento ontem,27, a ministra Tereza Cristina informou que irá intervir para aumentar em R$ 600 milhões a verba destinada pelo governo ao seguro-rural, que garante os produtores mais segurança em caso de prejuízos na safra. Atualmente (safra 2018/2019), a verba destinada ao seguro é de R$ 440 milhões. A ministra informou que sua meta é conseguir junto à área econômica um teto de R$ 1 bilhão para o produtor reduzir prejuízos em caso de quebra de safra, como o ocorrido com a soja nesta temporada.
Esse montante também irá beneficiar mais de 100 mil produtores que hoje não tem acesso à linha de crédito do seguro rural. Segundo a Ministra, o benefício atende apenas 42 mil produtores em todo o país. “Se conseguirmos taxas de juros razoáveis e um seguro rural maior e mais robusto, teremos mais crédito disponível para os produtores”, disse a ministra.
Ela também anunciou que está negociando com o Ministério da Economia uma verba maior para o crédito rural na safra 2019/2020. Para a atual safra foram destinados R$ 191 bilhões, além de R$ 30 bilhões para a agricultura familiar. A ministra explicou que esses recursos já se esgotaram, embora teoricamente a safra vá até junho, o que demonstra que o agronegócio está crescendo e os produtores estão investindo em ritmo cada vez mais acelerado. Segundo ela, para a próxima safra já está assegurado pela lei o mesmo valor da atual e mais 5% de correção, mas o Ministério da Agricultura está reivindicando verba maior. “Estamos ousando mais! Este governo tem um olhar diferenciado para o crédito rural”, disse.
Na apresentação aos senadores, ela afirmou que o MAPA está trabalhando para abrir novos mercados aos produtos brasileiros, porque o país tem potencial para produzir e exportar cada vez mais, com sustentabilidade e respeito ambiental, utilizando mais tecnologia para ganhos de escala na produção. Para isso, a Ministra pediu apoio dos senadores no sentido de aprovar leis que podem facilitar a vida dos empreendedores. E também lembrou que há gargalos de logísticos e de infraestrutura que precisam ser superados (em portos, rodovias e ferrovias), pois eles aumentam os custos de produção e deixam a margem de lucro dos produtores cada vez mais apertada.
Imagem do agro
O agrosetor é vítima de ideologias que aproveitam a desinformação e a fragilidade de controle das mídias sociais para atacar com inverdades. Em contra partida, o agronegócio não consegue reagir com eficiência, pois há um distanciamento entre setor urbano e o setor rural sobre o real comportamento da atividade; uma debilidade que o setor rural não sabe como combater.
Tereza Cristina disse que irá trabalhar para melhorar a imagem do setor agropecuário junto aos brasileiros, que considera deturpada. “Não é todo país que tem segurança alimentar igual ao nossos”, lembrou. “Precisamos mostrar que são homens e mulheres que trabalham pela nossa segurança alimentar. Há uma imagem deturpada do setor”, afirmou. No exterior, a imagem é melhor, acredita a ministra, já que o país é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.
Ao responder a uma pergunta sobre o uso de agroquímicos (defensivos agrícolas) no país, Tereza Cristina negou que os consumidores estejam recebendo alimentos contaminados, e observou que o Brasil não conseguiria exportar seus produtos agropecuários para 190 países, se houvesse qualquer dúvida a respeito da qualidade e da segurança dos alimentos produzidos no país. “Todos podem ter a segurança de que os produtos que estão na mesa dos brasileiros são absolutamente seguros”, disse Tereza Cristina.
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