CAPITAL O 2º turno é uma nova eleição? Alianças e acertos – as armas principais. Mas os dirigentes devem tomar cuidado nas costuras para não afrontar o eleitor; ele não gosta de ser tomado como boi daquela boiada negociada no curral de ‘porteira fechada’.
AS PESQUISAS devem sinalizar a tendência; a campanha é longa e fatos novos ocorrerão. Pergunto: no lugar de se preocuparem com ex-votos de Bernal, não é melhor convencer quem votou nos outros candidatos, não compareceu ou anulou o voto?
VEJA BEM! São 114.286 ( 19,20%) eleitores que não votaram, 53.636 que votaram em branco ou anularam o voto e 54.590 eleitores que votaram nos demais candidatos. Aliás, esse contingente não é uniforme, nele há eleitores de várias tendências.
ALCIDES BERNAL Teria o domínio absoluto sobre os eleitores que votaram nele? Qual o perfil de seu eleitorado? Não ficará neutro para tentar tirar proveito em 2018. Evidente que será um apoiado negociado, pois na política não há almoço grátis.
RISCOS Os dois postulantes à prefeitura já perceberam que eventuais tratativas com Bernal podem cair na esteira do desgaste. Seu estilo egocêntrico ficou demonstrado na postura adotada como prefeito. Seus apoiadores no 2º turno em 2012 não foram prestigiados.
A SITUAÇÃO do Bernal como apoiador no 2º turno lembra Lula nas eleições do Rio de Janeiro. Lá – o candidato Freixo – do PSOL – temendo perder votos, disse que espera os votos dos petistas, mas não faz questão da presença do ex-presidente.
O MESMO raciocínio vale para o ex-candidato Alex do PT, no caso de se decidir por uma das candidaturas do segundo turno à prefeitura da capital. Se o apoio for público, há risco do candidato apoiado perder mais votos do que aqueles que em tese ganharia de petistas.
PETISTAS Aqui também querem boquinhas no poder. Só nas prefeituras do Brasil teremos 50 mil petistas desempregados em janeiro. Seria interessante, por exemplo, ver agora os deputados Zeca do PT e Vander Loubet pedindo votos no horário eleitoral.
VOLTA Em 1974 conheci em Cassilândia, Antonio Carlos de Oliveira, candidato a deputado federal e Bezerra Neto, candidato ao Senado. Agora, consultor do Senado Federal, concursado, Antonio Carlos ressurge como superintendente da Sudeco. O PT perde mais um cargo de influência para o PMDB.
A CONFERIR Candidatos à vereança derrotados nas urnas terão motivação para voltar a pedir votos neste 2º turno? Normalmente eles estão revoltados, alguns se sentindo sacaneados e discriminados pelo comando de campanha do partido. Daí…
GERALDO RESENDE. Sua candidatura a prefeito de Dourados não encantou. Mudou de partido e não agregou novos apoios. Sorte de Marçal Filho que negociou bem e virou vereador e tem 4 anos para viabilizar sua candidatura a prefeito em 2020.
FADIGA Em Terenos, Donizete Barraco (PMN) desbancou o clã do deputado Beto Pereira; em Nova Andradina, Gilberto Garcia destronou o Roberto Hashioka, em Sidrolândia, o prefeito Ari Basso perdeu para seu atual vice Marcelo Ascoli (PSL).
LIMITES Roberto Hashioka cultivou o personalismo, nunca ouviu o grupo nas decisões. Prefeito de Nova Andradina por 3 vezes; 93% de aprovação em 2008, elegeu a mulher Dione deputada estadual e quase se elege federal. Sua derrota foi a maior surpresa eleitoral do interior. Pagou o preço. Sua volta é difícil.
O ELEITOR anônimo inclusive, tem um radar onde vai captando no seu imaginário todos os movimentos dos políticos e depois reage ao seu modo nas urnas. Além disso, ajuda a propagar as postagens das redes sociais que fazem estragos antes impensáveis.
NAS CONVERSAS com o meu piscineiro José, surpreendo-me com suas informações políticas e a inteiração dele nas redes sociais com imagens e conversas comprometedoras. Pois é, os políticos ficando nus aos olhos da opinião pública. Isso repercute nas urnas.
VERDADES OCULTAS que o vereador eleito André Salineiro (PSDB) com 8.776 votos prometeu-me revelar: Qual o ganho de um vereador da capital? Qual o valor da verba de representação e quantos funcionários e com quais salários pode empregar?
OS PROGRAMAS eleitorais mostraram mais uma vez candidatos despreparados e debochados. Ora! Se os partidos se pautassem pela seriedade, adotariam outros critérios seletivos. Essa contaminação na base da ‘pirâmide’ é ruim, é muito próximo do eleitor.
PERGUNTO: É coerente o regime democrático conviver com uma legislação eleitoral que há muito tempo não atende as necessidades e as reclamações? Por comodismo e medo, os governantes não priorizaram a reforma política. E depois cobram do eleitor.
EX-PRESIDENTES tem culpa. José Sarney sem autoridade; Fernando Collor não dialogou com o Congresso; Itamar Franco priorizou a luta anti-inflação; Fernando Henrique mirou a reeleição; Lula governou com o Mensalão e Dilma deu no que deu.
RESUMINDO Governo e oposição são iguais por interesse próprio, como no aumento do Fundo Partidário. Dirigentes querem o mando, o passaporte de vantagens. Tudo isso inibe pessoas de bom perfil e atrai figuras caricatas e despreparadas para a vida pública.
CONTABILIDADE O deputado Márcio Fernandes (PMDB) prepara caminho para 2018. Consolidou apoios vitoriosos em Terenos, São Gabriel D’Oeste, Antonio João, Glória de Dourados, Ponta Porã, Maracajú, Aparecida do Tabuado, Ribas do Rio Pardo e Brasilândia.