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Ecoturismo na Cascalheira

Sulivan Luís Gerotti é estudante do curso de Direito da UFMS e Josilene Hernandes Otolan Di Pietro professora do curso de Direito da UFMS

A Cascalheira, região assim conhecida pelos moradores do município de Três Lagoas-MS, fica à montante da Usina Engenheiro Sousa Dias (Jupiá), à margem direita do rio Paraná.

Área, rica em belezas naturais, foi alvo da degradação ambiental na década de 1960 e 1970 para a construção da referida usina, hoje, mais de 40 anos depois, nenhuma gestão executou obras compensatórias ou de recuperação da área. Nesse local, a retirada de cascalho modificou o ambiente natural para sempre e, hoje, a área – considerada como APP (Área de Preservação Permanente) – continua sofrendo o impacto ambiental negativo por parte dos seus frequentadores.

Também conhecida por abrigar animais, como cobras sucuris, devido ao seu habitat formado por alguns lagos e farta fauna, além de ser um local frequentado para prática de atos ilícitos, é um lugar que sofre o descaso da administração pública no que tange à proteção, preservação e exploração da área de forma sustentável. No passado, a área se tornou de segurança militar, utilizada para treinamentos do exército. Depois, duas empresas públicas propuseram medidas para preservá-la, mas sem sucesso.

Nos finais de semana, várias tribos se reúnem para diversas atividades outdoor: é a tribo da pesca, do banho no rio, do trekking, da corrida em trilha, do motocross, do mountain bike, do 4×4 off road, e dos treinamentos do Exército.

Infelizmente, lixo e mais lixo vem sendo encontrado nas suas margens, desde a foz do rio Sucuriú, onde se encontra o Parque das Capivaras, até próximo o início da BR 262 (aterro da usina). Além do lixo, no local, a entrada de pessoas e veículos é descontrolada, causando assim mais impacto ambiental na fauna e na flora. 

Cercada por verdes de sua flora, azul dos rios e lagoas, mirantes encantadores, trilhas e mais trilhas, o local, se adequadamente tutelado, tem potencial para se tornar um ponto turístico do município, atraindo quem mora aqui e turistas de outras localidades. Basta apenas a administração pública olhar com mais responsabilidade e com ideias de empreendedorismo.

O ecoturismo pode ser praticado naquele local, mas para isso é necessário um pacto de interesses e intenções que resulte na implantação de uma gestão específica, visando ao desenvolvimento local sustentável. Com planos e projetos, a administração pública pode atrair empresários e investidores do ecoturismo, possibilitando assim a consolidação de um polo turístico às margens dos rios Paraná e Sucuriú.

Além da avaliação de impactos ambientais para e exploração do local, o local ganhará com a sua preservação permanente de forma sustentável.

Hoje, o turismo ecológico busca o encontro do homem com o ambiente natural, sabendo ele que o meio ambiente é o nosso maior bem. Precisamos que a administração pública crie políticas públicas para todas as áreas, inclusive o turismo que é um grande negócio para a economia, comunidades, cultura e meio ambiente.

*É estudante do curso de Direito da UFMS.
**É professora do curso de Direito da UFMS