As principais lideranças políticas de Mato Grosso do Sul entraram em 2025 de olho nas eleições de 2026. E nem tudo é bonança nos partidos.
A esquerda terá o desafio de romper a barreira do conservadorismo para conquistar o poder no Estado. Não será uma missão fácil.
O PT já venceu a sua primeira eleição para governador em 1990 com Zeca do PT. E depois foi reeleito. Em 2014, o partido quase voltou a governar o Estado com o então senador Delcídio do Amaral. Ele perdeu a disputa para o Reinaldo Azambuja.
Só que o tempo era outro. Hoje o País está dividido com a polarização da direita e esquerda e isso refletiu em Mato Grosso do Sul, onde o eleitorado da direita é predominante.
Para 2026, os dirigentes do PT sabem muito bem das limitações para conquistar o governo do Estado. O partido tem algumas lideranças consolidadas, como da velha guarda, o ex-governador e deputado estadual Zeca do PT e o deputado federal Vander Loubet, além da líder emergente com maior destaque, a deputada federal Camila Jara.
Mas não tem mais força, no cenário atual, para ganhar o governo estadual.
O plano do PT é ampliar, pelo menos, a bancada federal e Vander tem dito que irá disputar o Senado. É uma parada dura, porque vai enfrentar rivais competitivos. Ganhar a eleição usando o nome do presidente Lula não é garantia de vitória, porque ele nunca venceu uma eleição presidencial em Mato Grosso do Sul.
Não é só o PT viverá o dilema. A direita no Estado é rachada. Os líderes apenas se toleram. É só olhar para o PL. Um desconfia do outro e todo o problema vai parar nos ouvidos do ex-presidente Jair Bolsonaro. É um partido de fofocas.
Veja o que o ex-governador Reinaldo Azambuja vai encontrar no PL se confirmar a sua filiação. Hoje Azambuja é absoluto no comando do PSDB. Todas as costuras politicas e alianças resultaram em grandes conquistas. A maior dela foi a eleição do Eduardo Riedel para governador do Estado, em 2022.
A maior frustração de Azambuja foi a derrota do deputado federal Beto Pereira (PSDB) para Prefeitura de Campo Grande, em 2024. Ele arrancou Bolsonaro da aliança com PP da prefeita Adriane Lopes para alavancar o nome de Beto. Deu tudo errado. Beto nem sequer foi para o segundo turno e Bolsonaro teve depois de apoiar a Adriane no segundo turno.
Bolsonaro foi alertado pela senadora e sua ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, presidente regional do PP, do risco de se aliar ao PSDB por não confiar na integração e envolvimento de Beto no projeto da direita, em 2026. Beto se identifica mais com a esquerda. Mas Bolsonaro fez ouvidos moucos.
A filiação de Azambuja é esperada no PL. Ele entrará no ônibus do partido com vaga reservada na janela. Bolsonaro quer Azambuja na presidência da legenda e na disputa por uma vaga de senador.
O ex-governador vai encontrar no PL o deputado estadual João Henrique Catan, um crítico a sua atuação no governo e opositor ferrenho de Riedel.
O plano do PP é apoiar a reeleição de Riedel e eleger mais um senador identificado com Bolsonaro. A Tereza Cristina foi a grande vitoriosa nas eleições municipais com a reeleição de Adriane Lopes. É um partido sem atritos políticos como ocorrem no PL.
Outro partido com planos de ganhar força política no Estado é o PSD. A aposta do líder supremo do partido em nível nacional, Gilberto Kassab, é a filiação do governador Eduardo Riedel. O vice-governador Barbosinha já entrou no PSD.
O senador Nelsinho Trad é hoje o principal nome do partido. Nelsinho está se preparando para disputar a reeleição. Ele quer, inclusive, o apoio de Bolsonaro para conquistar o voto conservador.