No próximo dia 22 de março, celebraremos o Dia Mundial da Água, momento oportuno para refletir sobre a gestão desse recurso fundamental. Apesar da conscientização sobre a importância da água, dados alarmantes revelam que ainda não estamos tratando esse recurso com a devida atenção.
De acordo com informações, 38% da água potável e tratada é perdida durante o percurso das estações de tratamento até nossas residências. Isso equivale a 38 litros desperdiçados a cada 100 litros distribuídos. As principais causas dessas perdas incluem vazamentos no sistema de abastecimento, ligações clandestinas e falhas de leitura.
Além do impacto financeiro estimado em mais de 11 bilhões de reais, essas perdas têm consequências ambientais significativas, resultando no desperdício diário de mais de 7 mil piscinas olímpicas de água potável. Surpreendentemente, o Brasil perde mais água do que alguns países com sistemas de saneamento básico deficitários, como o Uganda.
Para enfrentar esse desafio, são necessárias políticas de investimento e eficiência em saneamento, aplicação de tecnologia e conscientização da população sobre a importância de evitar o desperdício de água. Em regiões como o norte do Brasil, as perdas chegam a assustadores 74%, fruto de décadas de falta de gestão e investimentos no saneamento.
Entretanto, há exemplos inspiradores no Brasil, como Campo Grande, onde o índice de perdas de água é de apenas 19%, abaixo da meta nacional estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional para 2034, que é de 25%. Investimentos em infraestrutura, como a modernização das redes de distribuição e a detecção precoce de vazamentos, são essenciais para reduzir as perdas de água.
Ouça a coluna CBN Meio Ambiente, com o engenheiro ambiental Fernando Garayo na íntegra: