Com o avanço do fogo pelo pantanal, os animais têm se deslocado e utilizado os aceiros para fugir. O Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado-Pantanal (Gretap), órgão especializado em salvamento da fauna silvestre, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), se desloca pelo bioma nesta semana e dá início às operações de prevenção e resgate de animais vítimas dos incêndios.
A coordenadora do Gretap, Paula Helena Rita, afirma que neste momento as equipes realizam o afugentamento da fauna e a retirada dos animais de áreas de risco e que há uma grande diferença em relação a 2020, o o pior ano da série histórica, pois o número de animais mortos é baixo, devido a esses aceiros.
"A dinâmica do fogo está bem diferente em relação a 2020 justamente por conta do trabalho das brigadas pantaneiras […] os aceiros acabam servindo como corredores de fuga para os animais. Então hoje ainda não tem esse volume grande de animais acometidos pelo fogo. A equipe que já saiu fez um sobrevoo e está no monitoramento embarcado na região e tem trabalhado somente com afugentamento, não houve necessidade imediata de resgate ainda de nenhum animal", explica.
Paula Helena e mais seis profissionais, entre técnicos, médicos veterinários e biólogos, estarão atuando em campo no Pantanal nos próximos dias. "Nós temos um roteiro que começa na região do Abobral e depois seguimos pra Corumbá com a missão de de cobrir duas áreas. Uma equipe vai subir pra região do Paraguai Mirim e outra equipe vai cobrir a região de Corumbá e Ladário".
Os animais que precisarem de socorro poderão ser atendidos no local pela equipe do Gretap e liberados de volta no bioma. Para casos mais graves, eles poderão ser transportados ao posto médico-veterinário avançado que é montado na região onde a equipe está alojada ou para a Fundação de Meio Ambiente em Corumbá.
Para atendimentos de maior complexidade, o animal é removido pra Campo Grande, ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).
A coordenadora do Gretap – grupo formado nos incêndios de 2020 – espera bons resultados da primeira incursão no pantanal para resgate da fauna deste ano.
"Coincidentemente, a equipe que vai operacionalizar essa essa primeira incursão é justamente a equipe que esteve em 2020 […] a equipe está mais preparada, mais amadurecida, nós adquirimos novos equipamentos e hoje contamos com a tecnologia, drones e novos aplicativos de georeferenciamento. Acredito que, somado com o trabalho que as brigadas pantaneiras vâm fazendo ao longo desses quatro anos, tanto de monitoramento como de manutenção dos aceiros, a incursão vai ser sucesso", afirma Paula Helena.