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Após Seis Anos

Acusados de matar jovem em 2017 são condenados a 12 anos de cadeia

Julgamento teve duração de 12 horas nesta quinta-feira (30) no Tribunal do Júri do Fórum Cível e Criminal de Campo Grande

Julgamento teve duração de 12 horas nesta quinta-feira (30) no Tribunal do Júri do Fórum Cível e Criminal de Campo Grande - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG
Julgamento teve duração de 12 horas nesta quinta-feira (30) no Tribunal do Júri do Fórum Cível e Criminal de Campo Grande - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG

O julgamento de Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena começou às oito horas da manhã desta quinta-feira (30) no Tribunal do Júri do Fórum Cível e Criminal de Campo Grande. A dupla é acusada pela morte do jovem Wesner Moreira da Silva, morto aos 17 anos. O crime aconteceu há seis anos em um lava a jato da capital que pertencia a Thiago e Wilian era um dos funcionários do estabelecimento. Na época, após introduzirem uma mangueira de ar no corpo de Wesner, ele perdeu parte do intestino e morreu após de 11 dias internado na Santa Casa de Campo Grande.

No início do julgamento, o perito médico legista Marco Antônio Araújo de Mello foi convidado pela acusação, composta por três promotores, para explicar quais os danos causados pelo ar no corpo de Wesner. De acordo com ele, "o ar entrou pela parte íntima de Wesner e causou danos até a região toráxica do jovem, afetando gravemente o intestino grosso, pulmão, coração e outros órgãos".

A acusação usou o testemunho do perito, para mostrar a gravidade da atitude dos acusados, a qual a defesa se refere como "brincadeira de mau gosto". Como disse o advogado Francisco Martins Guedes Neto.

“Os réus são pessoas como nós, pessoas de bem. Lamentavelmente, foram vítimas também dessa brincadeira idiota, brincadeira infeliz, que acabou ceifando a vida do próprio amigo. Eles não ceifaram a vida de um bandido, de alguém que tinha desafeto, sem querer eles ceifaram a vida de um amigo”, frisou o advogado.

Durante o julgamento, a mãe de Wesner, dona Marisilva Moreira que aguardou desde 2017 pelo julgamento do caso, sabe que a forma como Wesner morreu, não foi uma simples brincadeira.

“Eles quiseram matar o meu filho, não foi brincadeira. Se fosse brincadeira brincava entre os dois, porque não brincaram entre os dois? Eu sabia que ia ouvir muita coisa que uma mãe sabe que não é verdade, mas eu fiquei firme. […] O meu filho saiu pra trabalhar e voltou dentro de um caixão, não vamos aceitar”, desabafou Marisilva.

Na época, o acusado Thiago realizava um curso de piloto de avião e Wilian já trabalhava há muito tempo em oficinas mecânicas, de acordo com o promotor do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, José Arturo Iunes Bobadilha, a dupla tinha consciência dos danos que o ato, ao qual eles se referiram como brincadeira, poderia causar.

“Willian carregou o menino no ombro, para que Thiago colocasse o compressor no ânus. Como é que a pessoa que tem consciência que o compressor estoura cano, estoura ouvido, não tem consciência que pode estourar um esôfago, um pulmão, um coração. Compressor de ar não é brinquedo, compressor de ar é instrumento de trabalho, compressor de ar mata”, afirmou o promotor.

Após 12 horas de julgamento, Willian e Thiago foram condenados a 12 anos de prisão pela morte de Wesner Moreira da Silva, em fevereiro de 2017.

O veredito dos jurados, compostos por seis homens e uma mulher, qualificou o crime de Willian e Thiago como homicídio qualificado doloso eventual (quando a pessoa assume o risco de matar), além de recurso que dificultou a defesa da vítima. A defesa da dupla entrou com recurso e eles continuarão em liberdade para recorrer à sentença.