
A Câmara Municipal de Campo Grande foi palco na manhã desta segunda-feira (17) da solenidade de abertura do ano legislativo. O evento contou com a presença da prefeita Adriane Lopes (PP) e de sua vice, Camila Nascimento (Avante).
Antes da solenidade, foi feito minuto de silencio em memória à jornalista Vanessa Ricarte, morta aos 42 anos de idade pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, que no dia 12 de fevereiro desferiu três facadas na ex-companheira.
Ao responder ao vereador Jean Ferreira (PT), que minutos antes havia feito referência à morte da jornalista, Adriane Lopes classificou o trágico desfecho como “fatalidade”, como se o feminicídio não pudesse ter sido evitado.
Ela, inclusive, contradisse o governador Eduardo Riedel (PSDB), que admitiu erro do Estado [todos os entes públicos envolvidos] no episódio. E o chefe do Executivo Estadual está correto em sua manifestação.
Mesmo porque, conforme nos ensina os dicionários Michaelis, Aulete e Priberam, dentre outros, fatalidade é “aquilo que não se consegue evitar; fado ou fatalismo”.
Portanto, é possível considerar que o assassinato de Vanessa Ricarte era inevitável? Ou se trata de mais uma tragédia anunciada?
Na sequência do discurso, Adriane Lopes foi incisiva: “vamos trabalhar preventivamente para que Campo Grande tenha as políticas públicas e atenda as mulheres da nossa cidade. Nós somos mães, nós somos mulheres”.
Na prática, não é isso que vem acontecendo. As políticas públicas de apoio às mulheres vêm sendo esvaziadas pela prefeita, que inclusive extinguiu a Subsecretaria de Políticas para a Mulher.
Além disso, abandonou a Casa da Mulher Brasileira (CMB), cuja gestão é de responsabilidade da prefeitura. O prédio apresenta uma série de problemas, equipamentos estão sucateados e os servidores que trabalham no local sofrem com a desvalorização.
Confira a coluna CBN em Pauta na íntegra: