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ELEIÇÕES 2024

Adriane Lopes ignora debate na CBN e abre espaço para adversária neste 2º turno

Rose Modesto (União), candidata a prefeita de Campo Grande
Rose Modesto (União), candidata a prefeita de Campo Grande | Foto: LSSCom/CBN-CG

O debate promovido pela Rádio CBN Campo Grande e Jornal Correio do Estado, confirmado para esta quarta-feira (23), se transformou em uma entrevista ao vivo com a candidata a prefeita de Campo Grande pelo União Brasil, Rose Modesto.

É que a candidata do PP, Adriane Lopes, atual prefeita da Capital e que tenta um novo mandato, não compareceu. Foi o segundo debate ignorado pela progressista neste segundo turno das eleições municipais. No primeiro debate, promovido pelo SBT, Adriane também fugiu do confronto de ideias e propostas com a adversária política.

A cadeira dela aqui no estúdio está vazia e eu quero deixar aqui registrado que nós estávamos com tudo acertado, assinado pelos representantes dos partidos políticos […] todos eles se comprometeram a estar aqui porque entenderam a importância desse momento, do eleitor se informar. Quanto mais informação direto na fonte, as fake news caem por terra“, disse a mediadora, Lígia Sabka, que é jornalista e diretora de Conteúdo do Grupo RCN.

Com a ausência de Adriane, Rose teve 30 minutos para defender suas propostas para Campo Grande e conversar com os eleitores que a assistiam em multiplataforma. A entrevista foi ao ar pelo rádio, em canal aberto de TV e também pelas redes sociais. (Assista ao vídeo na íntegra, ao final desta reportagem)

PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS

Alianças partidárias

Durante a entrevista, Rose Modesto enfatizou que não fez alianças nesse segundo turno mas que tem recebido apoio de pessoas de vários partidos políticos.

Tem pessoas do PP, que é do partido, inclusive da minha adversária, da Adriane, me apoiando. O vereador João Rocha é do partido da prefeita e entendeu que não é o melhor modelo pra Campo Grande a continuidade da gestão dela e está aqui comigo. Tem pessoas me apoiando, lideranças, do PSDB, do MDB, do PT, do PSB, de todos os partidos, tem pessoas que reconhecem que o nosso nome é o melhor nome para poder governar Campo Grande nos próximos quatro anos. O que eu vejo isso? Uma tentativa mentirosa de poder tenta, em algum momento, me desgastar com esse eleitor que é mais de centro, centro-direita ou até de direita“.

A candidata do União também explicou que não fez compromisso de cargo com ninguém. Caso vença o pleito, afirmou que fará uma gestão técnica. “Eu quero encontrar os melhores nomes, porque Campo Grande não pode mais errar“, destacou a candidata.

Mobilidade urbana

Rose citou o Sistema Integrado de Transporte (SIT), criado em Campo Grande na década de 90. A candidata propõe retomar e modernizar o programa para melhorar o transporte público de passageiros.

A gente não vê ninguém mais fazendo debate sobre ele (SIT). Não tem um debate, não traz as instituições, os especialistas, para a gente poder debater sobre isso. Nós vamos retomar esse debate, essa discussão, aprimorar esse sistema, ouvindo inclusive os especialistas, o usuário e todo mundo que depende hoje do transporte público. Mas o nosso projeto envolve um investimento de um valor expressivo de 230 milhões que nós vamos buscar no Ministério das Cidades. Curitiba fez isso e aquilo está dando certo, a gente tem que buscar“.

Rose Modesto também comentou sobre os atuais corredores de ônibus implantados em algumas das principais ruas de Campo Grande. O projeto é alvo de reclamações e constantes acidentes de trânsito.

Infelizmente, o projeto não foi bem planejado e virou um problema […] O nosso projeto é criar quatro novos terminais nas quatro saídas de Campo Grande, que vai ser a saída de Sidrolândia, a de São Paulo, a de Três Lagoas e a de Corumbá. Quem conhece essas saídas vai entender o que eu vou dizer. São avenidas largas, são os canteiros no meio entre uma via e outra. É lá que nós vamos trabalhar com esse projeto dos corredores, no canteiro, com as canaletas, que foi o que Curitiba fez. Esses quatro terminais… Ligando Campo Grande de ponta a ponta, inclusive usando alguns terminais que já existem“, garantiu.

Pavimentação de ruas

Rose destacou que o recapeamento de ruas vem sendo realizado sem a devida fiscalização quanto à qualidade do serviço entregue na Capital.

Bastou uma chuva de meia hora, de 30 minutos, levou quase tudo que eles fizeram agora, de última hora. Obra eleitoreira e, infelizmente, ainda não foi bem feito. Eu estou com um laudo do Laboratório de Engenharia da Universidade Federal, que foi lá fazer um teste sobre o tipo de material do asfalto de recapeamento que estão fazendo em algumas ruas, em Campo Grande. […] É um material abaixo da média, da qualidade que deveria ter“.

Saúde Pública

Sobre os problemas enfrentados no setor da saúde, Rose disse que é fundamental buscar uma parceria com o Governo do Estado. “Campo Grande ainda atende muita gente do interior. Tem 17 mil pessoas esperando cirurgia e vão fazer dentro dos hospitais que já existem. […] O que precisa é a prefeitura ser parceira desses hospitais, que estão ajudando a salvar a vida das pessoas“.

Eu vou fazer os mutirões pra gente zerar, baixar essa fila que nunca zera, mas a gente diminuir essa fila rápido. As pessoas não podem mais esperar. Tem gente que morreu. nessa fila […] nós vamos fazer os mutirões pra gente poder baixar essa fila tanto de cirurgia como de exames. Agora, uma coisa importante, nenhuma cidade tem que viver de mutirão. O mutirão é porque as pessoas não podem mais esperar. Mas eu preciso fazer, e vou fazer, a saúde funcionar no dia a dia. Atenção primária. Precisa controlar as doenças crônicas pra gente desafogar UPA e hospital“.

Rose enfatizou que ainda há falta de remédio nas unidades de saúde e que o atual orçamento do município, em torno de dois bilhões de reais, é suficiente para garantir o atendimento primário.

“Nós vamos repactuar e vamos chegar aproximadamente a 100 novos leitos em Campo Grande já nos primeiros 100 dias de governo. Hospital Municipal é importante? Claro, ninguém é contra. Ninguém é contra ter um hospital a mais, ter leitos. Agora, vamos discutir primeiro, né? Por que é que está tendo que fazer esse empréstimo? Um empréstimo de quase R$ 270 milhões, ainda pagando um aluguel de R$ 5 milhões para uma empresa que já foi escolhida, que vai construir o hospital. Durante 30 anos pagar R$ 5 milhões de aluguel. Sabe quanto vai dar isso? Mais de um bi em 30 anos”.

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