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Protesto

Enfermeiros realizam manifestação no centro da capital

Suspensão do piso salarial afeta 29 mil profissionais em Mato Grosso do Sul

Suspensão do piso salarial afeta 29 mil profissionais em Mato Grosso do Sul - Foto: Gerson Wassouf/CBN CG
Suspensão do piso salarial afeta 29 mil profissionais em Mato Grosso do Sul - Foto: Gerson Wassouf/CBN CG

Profissionais da saúde de todo o país organizam uma manifestação nesta sexta-feira (09) contra a suspensão do piso salarial da enfermagem, realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A lei, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 4 de agosto, foi suspensa por 60 dias após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, surpreendendo enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da área.

Em Campo Grande, o movimento está organizado na praça do Rádio Clube, área central da capital, onde os profissionais se reúnem com faixas e carros de som até às 14h, a fim de chamar a atenção do poder público para o pedido da classe.

A decisão do STF afeta cerca de 29 mil profssionais do setor em Mato Grosso do Sul, que estavam confiantes na aplicação do novo piso a partir de 2023, definindo como salário mínimo inicial para os enfermeiros o valor de R$ 4.750 a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados. O valor serve também de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem e parteiras (50%).

"Nos pegou de suspresa, porque quando o projeto de lei foi votado, passou por todas as comissões,  pelo senado, pelo congresso e o presidente sancionou. Acreditamos que ela é inquestionável e inconstitucional, por isso estamos aqui hoje nos organizando para que os ministros vejam a nossa reivindicação e se convençam de que a nossa luta é legítima", explica o presidente do sindicato dos trabalhadores da área de enfermagem em Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana.

A principal justificativa do Conselho Nacional de Saúde (CNS), junto a hospitais e estabelecimentos de saúde para a suspensão do piso, é de que não há dinheiro suficiente para pagar a enfermagem, podendo gerar insustentabilidade financeira, demissão em massa, diminuição de leitos e piora da prestação de serviços.

Barroso votou para manter suspensa a lei com a prerrogativa de que é necessário definir de onde vai sair o dinheiro necessário para a aplicação do piso e sejam analisados os impactos da medida na qualidade dos serviços prestados à população.

O presidente do Siems, Lázaro Santana, conta ainda a manifestção é totalmente pacífica e organizada para chamar a atenção dos ministros, que analisam o caso até o dia 16 de setembro. Segundo ele, por enquanto não há paralização nos serviços dos profissionais da saúde, mas, se a situação não mudar no futuro, existe sim a possibilidade de greve.

"Até o dia 16 vamos fazer movimentos e mobilizações não só nas praças, mas também nas instituições. Tudo muito bem organizado. Caso não surta resultado, nós vamos buscar uma paralização geral, que seria uma greve", afirma Lázaro.