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Agressão a pesquisador americano marca nova tensão em Douradina

Ataque a norte-americano expõe a violência no campo e a urgência por uma solução para a questão fundiária

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Um novo capítulo de violência marcou o conflito por terras no Mato Grosso do Sul. Na segunda-feira (29), o pesquisador norte-americano da Connecticut, August Shipman, que realiza um PhD sobre trauma intergeracional em comunidades indígenas, foi agredido por fazendeiros enquanto acompanhava duas indígenas Guarani-Kaiowá no território Tekoha Yvyajere, dentro da Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em  Douradina.

O ataque ocorreu enquanto Shipman e as indígenas estavam no acostamento de uma rodovia. Segundo o pesquisador, três homens em um veículo branco se aproximaram e proferiram xingamentos e o agrediram fisicamente. "Pegaram um pedaço de pau e me agrediram nas costas. Sentimos que nossas vidas estavam em perigo", relatou o pesquisador.

"Minha intenção agora é aprender com os indígenas e continuar minha pesquisa", afirmou Shipman. "E para fazer isso, eu vou procurar ajuda da embaixada dos Estados Unidos para garantir minha proteção aqui e a proteção de outros pesquisadores conduzindo pesquisas com embasamento legal e frutuosas."

O episódio de violência se soma a outros registrados na região nas últimas semanas, incluindo ataques a tiros contra indígenas. A área, demarcada pelo governo federal em 2011, encontra-se em disputa judicial, o que impede a efetiva posse das terras pelos indígenas.

A tensão entre indígenas e fazendeiros foi tema de uma reunião no Ministério Público Federal em Dourados na segunda-feira, mas não houve um acordo. O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que representa os Estados Comissão Especial sobre o Marco Temporal no STF, defendeu a necessidade de segurança jurídica para solucionar o conflito, durante coletiva de imprensa semana passada .

"Cobrar das autoridades que essa definição por parte do governo federal em relação à aquisição dessas áreas seja realizada. A insegurança é quando essa resposta não existe. E hoje ela não existe. E aí dá margem para esse tipo de coisa", afirmou Riedel.