A aliança do PL com PSDB na disputa pela Prefeitura de Campo Grande isolou a esquerda e pode deixar o PT sem palanque no segundo turno das eleições, caso a deputada federal petista Camila Jara fique fora da final do embate eleitoral.
Isto porque há determinação da direção nacional do PT para ficar longe do PL nas eleições municipais. E o PL, também, tem orientação para ficar na trincheira oposta a esquerda.
A opção do PT será apoiar a Rose Modesto (União Brasil) se ela for para o segundo turno. Hoje a Rose desponta em todas as pesquisas. O que não dá para o PT é subir no palanque de Adriane, que é da direita, e de Beto por estar unido com PL. A Rose já conta com a simpatia dos petistas. Ela, inclusive, foi superintendente da Sudeco do Governo Lula com aval da bancada do PT.
Isto porque o espírito é de enfrentamento entre a direita e esquerda nas eleições municipais. Ninguém vai passar a mão na cabeça do outro. A ideia dessas correntes ideológicas é eleger maior número de prefeitos e vereadores no país para contar com forte base política na corrida presidencial, em 2026.
Em Mato Grosso do Sul, um estado conservador, não está fora do mapa do embate entre a direita e esquerda. Só que hoje o PT faz parte base aliada do governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa e até participa da administração com representantes em cargos estratégicos de segundo escalão.
A expectativa era do PT abraçar a candidatura de Beto Pereira, no segundo turno, para impedir a vitória da direita em Campo Grande, incorporada na candidatura da prefeita Adriane Lopes (PP) até então com aval do PL.
Mas houve uma reviravolta na construção de alianças nos preparativos da corrida eleitoral em Campo Grande, com o ex-presidente Jair Bolsonaro abandonando Adriane Lopes para o PL se juntar ao PSDB. Essa quebra de acordo pegou a senadora Tereza Cristina, presidente regional do PP, de surpresa quando estava nos Estados Unidos. Ela ficou muito irritada com Bolsonaro.
Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, levou meses para costurar acordo com PL. Foram muitas reuniões com participação do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto e do próprio Bolsonaro.
Depois de tudo acertado, bastou uma visita do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB, do governador Eduardo Riedel, e do pré-candidato a prefeito, deputado federal Beto Pereira, para desmontar aliança do PL com PP. Azambuja levou menos de 1h para convencer Bolsonaro sobre a vantagem da direita crescer mais em Mato Grosso do Sul fazendo aliança com PSDB. Essa parceria não ficaria restrita só em Campo Grande. Ela se estenderia em mais 36 municípios do interior.
Em uma única reunião, Azambuja fechou com PL e criou crise entre Bolsonaro e Tereza Cristina. Até sobrou para Valdemar da Costa Neto. Ele levou dura bronca da senadora, que nem quis saber de papo com Bolsonaro para ouvir a justificativa da quebra de acordo com PP em Campo Grande.
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