No segundo dia do mais importante evento da cozinha europeia, o Madrid Fusión, tive a chance de assistir a desconcertante aula do chef dinamarquês Rasmus Munk. Antes de falar dele, devo mencionar o movimento muito importante para a cozinha nórdica que foi o “Novo Manifesto da Cozinha Nórdica”, que surgiu no ano de 2004. Trazendo pontos fundamentais pra esta gastronomia como a pureza, sazonalidade, saúde, sustentabilidade, qualidade e valores étnicos do que se serve.
Embora tenha começado seu trabalho alguns anos depois, o chef Rasmus bebeu da fonte desta nova cozinha nórdica e vem com a ideia de usar a alta gastronomia para criar diálogo entre conhecimento e ações de crítica social para tirar o comensal da zona de conforto e pensar a comida “fora da casinha.”
O desafiador menu é servido no restaurante que recebeu duas estrelas no Guia Michelin e fica nos arredores de Copenhague, onde realiza suas inovadoras pesquisas.
Gigantesco, o local de 22 mil metros quadrados funciona no antigo teatro da companhia Real Dinamarquesa com uma experiência gastronômica desconcertante, munida de muita emoção e questionamentos que viajam por temas como a poluição dos oceanos, abuso animal, lixo, desperdício de comida ou o respeito pela natureza, dentre outros temas provocantes.
O menu, que é praticamente um espetáculo, tem 50 passos divididos em cinco atos que por sua vez, incluem várias cenas em salas diferentes e custa 500 euros por pessoa (cerca de R$ 2.600), podendo custar mais dependendo das bebidas.
Por hora deixo vocês com um convite muito especial da minha querida amiga e jornalista sueca Argot Murelius: “Amigos brasileiros, venham conhecer os países escandinavos e a nossa cozinha, nós também temos cidades maravilhosas!” Confira a coluna na íntegra: