O Boletim Epidemiológico da Dengue, divulgado nesta terça-feira (27) pela Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul (SES-MS), indica que, dos 79 municípios do estado, 23 apresentam média incidência de casos e outros 20 têm alta incidência, na oitava semana epidemiológica de 2024.
Três pessoas, entre elas um bebê com pouco mais de um mês de vida, perderam a vida para a dengue em Maracaju, Coronel Sapucaia e em Chapadão do Sul. Um quarto óbito está sob investigação.
Os dados registrados até o dia 24 deste mês mostram que MS não enfrenta uma epidemia, mas o total de casos suspeitos desde janeiro (4.667) já é maior que o total registrado ao longo do ano inteiro em 2014 – quando foram registrados 3.400 casos – e em 2017 que teve 2.356 casos suspeitos, o que acende um sinal de alerta para os próximos meses.
Os municípios de Paranhos, Aral Moreira, Sete Quedas, Costa Rica, Coronel Sapucaia e Chapadão do Sul estão em alerta máximo e lideram o ranking da incidência de casos na população sul-mato-grossense, juntamente com outros 14 municípios que apresentam mais de 300 casos prováveis de dengue para cada grupo de 100 mil habitantes. Clique aqui e veja a tabela
Em sete municípios a situação é considerada mais crítica, pois apresentam alta incidência de casos há pelo menos duas semanas seguidas. São eles: Selvíria, Figueirão, Rochedo, Laguna Carapã, Iguatemi, Juti e Tacuru.
A população entre 10 e 39 anos de idade representa o maior número de casos prováveis (52,9 % do total) de dengue.
Já os municípios de Glória de Dourados e Pedro Gomes não registraram casos suspeitos da doença nessa última semana epidemiológica.
Campo Grande
Na Capital, em sete dias, foram registrados 416 casos suspeitos de dengue. Uma média de 60 casos por dia, o que ainda é considerado um índice de baixa incidência quando analisado sem os microdados.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), sete bairros apresentam incidência MUITO ALTA de casos de dengue. São eles: Núcleo Industrial, Los Angeles, Nova Campo Grande, Mata do Segredo, Nasser, Centenário e Parati.
Dia D
No próximo sábado (2), o Ministério da Saúde, em parceria com Estados e Municípios, vai realizar o Dia D de combate à dengue em todo o país. Com o tema Brasil Unido Contra a Dengue, serão realizadas ações de orientação para a população sobre os cuidados para evitar a disseminação da doença.
De acordo com a ministra Nísia Trindade, a mudança climática é um fator importante para o aumento da disseminação da dengue, já que neste ano o clima quente e úmido tem favorecido a propagação do mosquito. “Em 2024, há esse elemento atípico porque foge do padrão do que já conhecemos nos 40 anos em que temos epidemia de dengue”, disse a ministra.
Outra mudança importante neste ano é a circulação dos quatro sorotipos de dengue. Em muitos estados, onde havia a prevalência do sorotipo 1 já está aumentando para o sorotipo 2, pois as pessoas já têm a imunidade para o primeiro sorotipo.
Em Mato Grosso do Sul circulam os sorotipos 1 (DENV1) e 2 (DENV2). Apenas um caso positivo para o sorotipo 4 (DENV4) foi detectado em um morador de Dourados, "sendo sequenciado e resultado como resposta vacinal", conforme informou a SES-MS.
Além disso, este ano a doença está sendo registrada em cidades médias e pequenas, locais onde não havia antes a infecção por dengue nessa proporção.
"Há um padrão atípico nesse início de ano. A gente já tem uma avaliação de que é possível que nós venhamos a ter o dobro de casos do ano passado por esse histórico de já ter tido um aumento em 2023 e pelos fatores de mudança climática e a circulação de mais de um sorotipo de dengue”, concluiu Nísia.
*Com informações da SES-MS, Sesau CG e Agência Brasil