O ex-governador André Puccinelli (MDB) quer ser prefeito de Campo Grande pela terceira vez. 'Querer' é uma coisa, 'ser' passa pela remoção de grandes obstáculos para conseguir êxito nas urnas.
Um desses obstáculos é derrubar o alto índice de rejeição do eleitorado. André reconhece as restrições ao seu nome como um grande problema. Mas, com base em pesquisas, notou queda nessa rejeição. Não o suficiente para garantir vitória no segundo turno.
Outro obstáculo é a escassez de recursos financeiros. Ele depende da direção nacional do partido liberar dinheiro do Fundo Eleitoral para bater de frente com rivais de melhores estruturas, como o deputado federal Beto Pereira (PSDB) e a prefeita Adriane Lopes (PP).
A campanha de Beto, por exemplo, pode ser turbinada com ajuda dos recursos do PSD em troca da indicação do vice. Adriane já está dentro de um partido com muito dinheiro e há, ainda, a previsão de contar com o PL na aliança, partido mais rico do Brasil. Para os liberais injetarem recursos na campanha dela, precisam de ocupar a vaga de vice.
André vê todo esse potencial dos virtuais rivais convicto da necessidade de reforço de caixa para tocar a campanha. E ele sabe muito bem para entrar na disputa, terá por obrigação ganhar a eleição pela liderança política que representa no Estado. Uma derrota pode atrapalhar futuros projetos políticos e arranhar a sua imagem de líder.
Por essa razão, a participação de André na corrida eleitoral ainda é uma incógnita. Nem ele sabe direito se vai para a disputa. Enquanto não há uma definição concreta, as conversas com dirigentes de outros partidos estão movimentando os bastidores.
André já adiou mais de uma vez a decisão sobre a sua candidatura, porque ainda não conseguiu fechar acordo com nenhum partido. Hoje ele é um pré-candidato em plena pré-campanha eleitoral para consolidação do seu nome. A ideia dele é definir o seu rumo até o próximo dia 15 quando espera estar com caixa recheado de dinheiro para custear a campanha ou acertar uma aliança com partidos, que lhe dêem espaço para 2026. Um dos planos dele é ocupar uma vaga de senador nessa parceria.
Sobre essa questão, André tem conversado muito com o presidente regional do PSDB, ex-governador Reinaldo Azambuja. O problema para assegurar uma vaga de senador numa aliança em 2026 é o congestionamento de pré-candidatos dentro da atual aliança de partidos com o PSDB. Lá estão o senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) disputando a segunda vaga na aliança. Um deles vai sobrar e terá de ser candidato avulso. A primeira vaga está reservada para Azambuja.
Com isso, não há margem para André assegurar a vaga de senador numa aliança com PSDB. Ele terá de se contentar em concorrer a deputado federal.
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