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PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Anvisa fará consulta pública para atualizar regras sobre produtos derivados da cannabis

Texto ficará disponível por 60 dias para receber sugestões da sociedade

Norma atual está em vigor desde 2019 -  Fábio Carvalho - Agência Brasil/Arquivo pessoal
Norma atual está em vigor desde 2019 - Fábio Carvalho - Agência Brasil/Arquivo pessoal

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (26), a abertura de uma consulta pública que visa revisar a regulamentação dos produtos derivados da cannabis no Brasil.

O texto com as propostas de atualização será publicado nos próximos dias no Diário Oficial da União e ficará disponível por 60 dias para receber contribuições de interessados.

A discussão gira em torno da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 327/2019, que define atualmente os critérios para autorização e comercialização desses produtos no país.

A norma permite que derivados da cannabis sejam regularizados em duas categorias: como medicamento, com exigência de comprovação científica de eficácia e segurança, ou como produto de cannabis, com um trâmite regulatório mais simplificado.

A proposta de atualização traz mudanças em áreas como fabricação, rotulagem, prescrição médica, validade da autorização sanitária, importação de insumos, vias de administração e publicidade dos produtos.

De acordo com dados da própria Anvisa, o país conta atualmente com um medicamento de cannabis aprovado e 36 produtos regularizados para uso, dentro da regulamentação vigente.

Além da revisão da RDC 327, a Anvisa também pretende abrir discussão pública sobre a RDC 660/2022, que trata da importação excepcional de produtos de cannabis para uso pessoal — medida que tem sido utilizada por pacientes que não encontram alternativas no mercado nacional.

A consulta pública ocorre em um momento em que o tema ganha destaque no Judiciário. Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a União regulamente o plantio de cannabis e cânhamo industrial no país.

A decisão, no entanto, segue em trâmite e está sob responsabilidade da Advocacia-Geral da União (AGU), sem relação direta com o processo regulatório em andamento na Anvisa.

*Com informações da Anvisa