Um estudo do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) revelou um dado alarmante, entre maio de 2023 e abril de 2024, mais de 2.300 animais silvestres perderam a vida na BR-262, um dos principais trechos rodoviários do Mato Grosso do Sul.
Segundo o biólogo Gustavo Figueiroa, diretor de comunicação do Instituto S.O.S. Pantanal, esse número pode ser ainda maior. "Menos da metade dos animais atropelados morrem na hora", explica. "A maioria, morrem para fora da estrada, alguns metros depois, então nem são contabilizados. O número real pode ser mais do que o dobro, provavelmente ultrapassando 5 mil animais".
O estudo do ICAS também aponta que o tamanduá-bandeira é uma das principais vítimas dos atropelamentos na rodovia. A situação é crítica para essa espécie, pois possui baixa taxa de reprodução e crescimento populacional lento. "Nossos estudos demonstram que a taxa de mortalidade dos tamanduás que vivem perto da rodovia é 20% maior do que a daqueles que vivem em áreas mais afastadas", alerta Arnaud , presidente do ICAS.
Além do impacto ambiental, as mortes de animais silvestres na BR-262 também colocam em risco a segurança dos motoristas. As colisões com animais podem ser graves e até fatais. "Cada colisão veicular, mesmo que com um animal pequeno, coloca em risco a vida das pessoas. As estradas do Mato Grosso do Sul não são seguras, e acidentes com animais são frequentes", ressalta Desbiez.
Até maio, quatro pessoas morreram em em decorrência de colisões com animais nas rodovias federais do estado.
CLIQUE AQUI e entre no canal de notícias da CBN CG