A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul divulgou hoje (20), o anuário de pessoas desaparecidas no estado. O relatório foi produzido pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DEH), responsável pela investigação de desaparecimentos na capital.
O relatório cumpre a Lei 13.812/19, que instituiu a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, e, obriga todas as Unidades Federativas a produzirem o anuário. O delegado titular da DEH, Carlos Delano Gehring explicou a importância do anuário. “É o primeiro anuário estadual. O relatório foi mandado para o Ministério da Justiça, e deve sair o anuário nacional em breve. O relatório serve para tomada de decisões dos órgãos públicos para o enfrentamento do desaparecimento de pessoas”.
De acordo com o registro policial, 1.833 pessoas desapareceram em Mato Grosso do Sul no ano de 2022. A maior incidência de desaparecimento por faixa etária é de adultos, representando 72% do total. O número de pessoas desaparecidas em 2022 e encontradas no mesmo ano foi de 733.
A maior causa de desaparecimento em 2022 foi o desaparecimento involuntário, com 51,80% dos casos. “Dentro do desaparecimento involuntário, a maior parte são por conta de patologias mentais diversas e abuso de entorpecentes e álcool”, frisou o delegado.
O número de pessoas desaparecidas registradas no sistema policial, desde 2006, são de 10.842. Inúmeros casos de desaparecimento são de pessoas que chegam em estabelecimentos de saúde, casas de abrigo, e não conseguem comunicar ou indicar seus parentes ou números que possam contatar, e o estabelecimento não consegue ajudar. A transdisciplinaridade dos desaparecimentos urge a necessidade da interlocução dos sistemas de saúde e assistência social com o sistema de segurança, observou o delegado.
Mais de 95% das pessoas desaparecidas reaparecem nos dez primeiros dias. A polícia só passa atuar no momento em que existe o boletim de ocorrência, que pode ser feito através da internet. “Não há prazo de 24 horas, nem de 5 horas para o boletim de ocorrência. A pessoa deixou de estar presente nos locais que costumava estar, os familiares ou amigos devem buscar a delegacia de polícia”, explicou Carlos Delano.