As apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul cresceram 151% no primeiro trimestre de 2025, impulsionadas por operações mais articuladas e pelo uso de tecnologia na repressão ao narcotráfico.
De janeiro a março, 116,3 toneladas de entorpecentes foram retiradas de circulação, frente às 46,2 toneladas apreendidas no mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS).
O entorpecente mais apreendido foi a maconha, com 114,7 toneladas. A cocaína totalizou 2,2 toneladas e a pasta base de cocaína, 1,9 tonelada. O crescimento foi mais acentuado no interior do estado, onde as apreensões saltaram 164%, chegando a 105,8 toneladas. Em Campo Grande, houve alta de 68%, com 10,4 toneladas confiscadas.
O aumento nos resultados está ligado à intensificação de operações terrestres e aéreas, especialmente em áreas de fronteira com Paraguai e Bolívia, regiões estratégicas nas rotas do tráfico internacional.
O monitoramento contínuo dessas áreas, aliado à mobilização de efetivos especializados e ao uso de aeronaves, permitiu maior alcance nas ações de interceptação.
Novo padrão
Observações técnicas e compartilhamento de dados entre forças de segurança estaduais indicam uma mudança no modo de operação do narcotráfico. Em vez de ciclos sazonais, as plantações de maconha em países vizinhos passaram a ocorrer durante todo o ano, o que elevou a oferta da droga e, consequentemente, a movimentação pelas rotas que cruzam o estado.
Esse cenário exigiu maior integração entre os órgãos de segurança pública, com destaque para a colaboração entre Mato Grosso do Sul e estados como São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina.
“O intercâmbio de informações e o uso de tecnologia de ponta foram fundamentais para o aumento das apreensões”, explicou o tenente-coronel Wilmar Fernandes, diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF).
A Operação Protetor da Fronteira, em curso desde o início do ano, tem permitido reforço no efetivo e ampliação das ações de fiscalização, especialmente nas rodovias. O uso de equipes especializadas, como as do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), e o cruzamento de dados de inteligência foram fundamentais para o crescimento no número de apreensões.
As ações coordenadas também têm refletido na redução de outros crimes, como furtos e roubos, frequentemente associados ao tráfico. A utilização de ferramentas de inteligência, o mapeamento de rotas e a atuação integrada entre unidades operacionais continuam sendo os pilares das estratégias adotadas no estado para conter o avanço das organizações criminosas.