Onze pessoas foram presas em Mato Grosso do Sul ao longo de março por envolvimento em crimes de estupro de vulnerável e violência doméstica. A operação foi conduzida pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, que direcionou esforços para localizar e prender suspeitos com histórico de crimes marcados por elevada brutalidade.
As prisões ocorreram em Campo Grande (7 casos) e no interior do estado (4 casos), e tiveram como alvos homens investigados por abusos sexuais cometidos contra crianças, além de agressores de mulheres.
De acordo com a corporação, a maioria dos crimes foi praticada no ambiente doméstico e em contextos familiares – o que, segundo os policiais envolvidos na ação, torna os casos ainda mais difíceis de lidar emocionalmente.
Entre os episódios relatados, há casos de tortura infantil com uso de pimenta como castigo, aliciamento de crianças com vídeos pornográficos e gravação de abusos sexuais. Em uma das ocorrências, a mãe da vítima teria acobertado o agressor.
A operação foi planejada com base em um trabalho prévio de inteligência e resultou no cumprimento de mandados de prisão. Alguns suspeitos estavam foragidos e escondidos em áreas isoladas, o que exigiu maior empenho das equipes.
Nenhum deles resistiu à prisão, e não houve registro de confronto com a polícia.
Apesar do Batalhão de Choque ter como foco o combate ao crime organizado, operações como essa, segundo o comando, fazem parte da rotina do grupo. O batalhão é acionado em situações que envolvem crimes de maior gravidade ou complexidade.
“São ocorrências que exigem preparo e frieza da equipe. Quando o crime é contra alguém que não tem condição de se defender – como uma criança ou uma mulher – o impacto é muito forte, inclusive para o policial”, afirmou o comandante do batalhão, Tenente-Coronel Rigoberto Rocha, responsável pela ação.
A polícia também ressalta que crimes de violência doméstica e abuso sexual não se limitam a bairros periféricos ou regiões de baixa renda. Os registros ocorrem em todas as classes sociais, o que reforça a necessidade de ações articuladas entre as áreas de segurança, justiça, assistência social e educação.
Março, mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, foi escolhido para intensificar as ações, mas o trabalho é contínuo, segundo a corporação. “Essa é a nossa rotina. A operação concentrou 11 alvos, mas todos os dias atendemos casos semelhantes”, completou o comandante.