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POSSÍVEL NEGLIGÊNCIA

Bebê havia sido tirada da UPA sem liberação dias antes de morrer

Vítima recebeu atendimento na rede pública, mas tratamento foi interrompido antes da alta; polícia apura o caso

Bebê havia sido levada ao UPA Universitário, mas não completou o tratamento - Foto: Gerson Wassouf/Portal RCN67
Bebê havia sido levada ao UPA Universitário, mas não completou o tratamento - Foto: Gerson Wassouf/Portal RCN67

Uma bebê de 10 meses morreu nesta segunda-feira (14) em Campo Grande e o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).

A criança foi levada já sem vida ao quartel do Corpo de Bombeiros no bairro Tijuca, onde foram feitas tentativas de reanimação. Sem sucesso, o óbito foi confirmado ainda no local.

A vítima nasceu em junho de 2024. De acordo com o boletim de ocorrência, após a confirmação da morte, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou o corpo até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário, onde permanece para os procedimentos legais.

A Polícia Civil realizou perícia na residência da família e determinou o encaminhamento do corpo para exame necroscópico.

A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) informou, por meio de nota, que a criança foi atendida pela primeira vez no dia 11 de abril, na Unidade de Saúde da Família do Portal Caiobá.

Após avaliação médica, foi encaminhada à UPA Universitário com entrada registrada às 15h01 do mesmo dia, com classificação de risco amarelo — que indica a necessidade de atendimento, mas sem risco iminente de morte.

Atendimento Médico e Diagnóstico

Na unidade, a criança foi diagnosticada com bronquiolite e recebeu atendimento médico às 15h08. Segundo a Sesau, foram administradas medicações, feito raio-x e realizadas reavaliações médicas ao longo da tarde.

A última delas, às 20h26, identificou que a família havia deixado o local por conta própria, antes da conclusão do tratamento e sem liberação médica. A criança não retornou à unidade até o dia do óbito.

A Secretaria de Saúde reforçou que não houve omissão por parte da rede municipal e que os protocolos de atendimento foram seguidos. Também alertou para a importância de que o tratamento seja encerrado com alta médica para garantir a recuperação do paciente.

O caso segue em apuração pela Polícia Civil, que aguarda o laudo necroscópico para esclarecer as circunstâncias da morte.

Confira a nota da Sesau na íntegra

“A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU) esclarece, diante das informações divulgadas sobre o caso da criança que chegou em óbito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Universitário nesta segunda-feira (14), que não houve omissão por parte da rede municipal de saúde.

A criança foi atendida pela primeira vez no dia 11 de abril, na Unidade de Saúde da Família (USF) do Portal Caiobá, às 13h07, sendo devidamente avaliada e encaminhada para a UPA Universitário. A entrada na UPA foi registrada às 15h01, com classificação de risco amarelo (casos que demandam atendimento em tempo oportuno, sem risco iminente de morte).

O primeiro atendimento médico ocorreu às 15h08, sendo diagnosticada bronquiolite. Na sequência, às 15h20, a criança recebeu medicação em leito de observação e foi submetida a exame de raio-x. Às 18h57, houve nova reavaliação médica, sendo mantido o protocolo de medicação. No entanto, às 20h26, na terceira reavaliação, a equipe constatou que a família se evadiu da unidade por conta própria, antes da conclusão do tratamento e sem liberação médica.

A criança não retornou à unidade até a nova procura por atendimento, que ocorreu apenas na segunda-feira (14), data do óbito.

A SESAU lamenta profundamente o ocorrido e reforça que é fundamental que o tratamento seja finalizado com alta médica, garantindo a segurança e a continuidade dos cuidados necessários à recuperação do paciente”.