Ao mesmo tempo em que a crianças sofrem na fila de espera por atendimento nas unidades de Saúde em Campo Grande, a prefeitura é homenageada pelo Tribunal de Justiça do Estado com o título de Cidade Acolhedora de Crianças e Adolescentes.
Apesar de o programa instituído pelo Judiciário não guardar relação com a falta de vagas na pediatria em Campo Grande, a premiação deixa claro que invés de rapapés, o município deveria ser duramente cobrado pela omissão quando se trata de saúde pública.
Não é de hoje que a população sofre com a falta de vagas nos hospitais, com a longa e penosa espera por atendimentos nas UPAS e Centros Regionais de Saúde sempre lotadas. E a cada dia a situação piora ainda mais.
Ontem foi constatado que há dias dois bebês são mantidos em UPAs à espera de vagas em hospitais. Uma das crianças tem pouco mais de 1 ano de vida e a outra apenas 3 meses de vida. Ambas sofrem com problemas respiratórios decorrentes da H1N1 e pneumonia.
Além da falta de leitos pediátricos nos hospitais, a prefeitura incorre em irregularidade ao manter pacientes nas UPAs e CRSs por mais de 24 horas, situação vedada pela legislação. No mês passado, o Ministério Público voltou a cobrar judicialmente tanto a Prefeitura de Campo Grande, quanto o Governo do estado para estes novamente comprovarem que não mantêm pacientes internados por mais de 24 horas em UPAs e CRSs.
Não é preciso ir longe, pois a situação das duas crianças à espera de vagas responde ao questionamento feito pelo MPE. Na condição de gestor pleno da Saúde, é de responsabilidade da prefeitura solucionar o problema.