Os bloqueios de rodovias estaduais e estradas de acesso à Reserva Indígena de Dourados, iniciados há três dias na região de Dourados, terminaram na manhã desta quarta-feira (27) com vários indígenas feridos a tiros de borracha e outros sufocados por bombas de gás lacrimogênio. (vídeo abaixo)
Os manifestantes protestavam contra a falta de água potável nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho, um problema recorrente há décadas nas comunidades indígenas da região.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso Sul precisou intervir depois que tentativas de negociação com os indígenas fracassaram para a liberação do tráfego nas estradas.
Para chegar a um dos pontos de bloqueio, os policiais avançaram por estradas internas das aldeias e enfrentaram a resistência de muitos manifestantes.
Os indígenas divulgaram vídeos nas redes sociais que mostram a correria no momento da ação do Batalhão de Choque. Foram disparados tiros de munição ‘não letal’ e bombas de efeito moral. Ainda não há informações sobre o total de feridos e se há casos graves.
Sobre a pauta do protesto, as lideranças indígenas informaram que nenhum representante da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) – vinculada ao Ministério da Saúde – ou do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/MS) esteve no local das manifestações e nem conversando com as comunidades para apontar uma solução para o problema.
Nota da Secretaria de Segurança Pública de MS
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, esgotadas todas as vias de negociação, e para garantir os direitos constitucionais, agiu na manhã desta quarta-feira (27) para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas. Com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e de equipes da Agesul, removeram entulhos e apagaram focos de incêndios nas pistas. As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas politico-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito. Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos.